Por Givaldo Calado de Freitas
A notícia não poderia ter sido melhor e alvissareira para Garanhuns e Região: a criação da “Universidade Federal do Agreste de Pernambuco” - UFAPE - com sede em nossa cidade. Sim, do Agreste - Central, Meridional e Setentrional. Por essa razão, tomada de mais alegria e orgulho a gente de Garanhuns. Que, ainda hoje, repete Agamenon em suas conversas informais de seus dias a dia, em casa, nas ruas e nas praças, não sem expressivo orgulho: “Garanhuns Cidade Universitária”, quando, aqui, naquela época, só existiam três Colégios: Quinze de Novembro, Santa Sofia, aquele das “meninas”, e Diocesano, aquele dos “meninos”.
Outros visionários. Ah! Tantos! Tantos! Alinharam-se a Agamenon Magalhães de forma incontinenti: Celso Galvão, Geraldo Calado... E foram passando para gerações esse sonho de “Garanhuns Universitária”. E, para respaldar esse sonho fundaram, e construíram uma Casa que receberia os estudantes pobres de outras cidades, de que dela precisassem: a CEG - Casa dos Estudantes de Garanhuns. Que, um pouco mais tarde, viria a ser reconhecida, com justiça, como sendo a precursora da “Universidade do Agreste Meridional”. Que adviria.
Essa luta, contudo, à realização desse sonho, não aconteceu em meio a leniências e interrupções por parte da gente garanhuense. Máxime de sua juventude. Pelo contrário! Na primeira metade da década de 1960, portanto, cerca de dez anos depois, outra personagem que a história não pode olvidar nesse corolário de hoje (27.02.18) é Armando Monteiro Filho, então Ministro de Agricultura do então Presidente João Goulart, em seu período parlamentarista, a quem Garanhuns muito “importunou”, através, sobretudo, de seus estudantes ávidos pela instalação do Ensino Superior em nossa cidade.
Tenho referido nestas linhas, e até em atenção e homenagens a essas personagens, e com apaixonado e natural entusiasmo, é certo, que Garanhuns conta, hoje, com três Universidades. Uma delas, embrião, porque simples “campus”, da Universidade Federal Rural de Pernambuco.
A Universidade Federal do Agreste de Pernambuco - UFAPE - nasce, hoje, trazendo consigo, um importante “upgrade”, em relação ao sonho, de anos, dos garanhuenses. O de ser de todo o Agreste. Não apenas do Meridional. Além de já nascer forte, com recursos orçamentários devidamente assegurados; infraestrutura disponível, já que do antigo campus da UFRPE, e com organograma definido - reitor, vice-reitor, 600 Professores de Carreira do Magistério Superior, 893 Cargos do Plano de Carreira de Técnico-Administrativo em Educação, sendo 265 de Nível Superior e 628 de Nível Intermediário. Tudo, enfim, pronto e acabado. Na forma do voto inserto em parecer, que conclui pela aprovação do Projeto de Lei da Câmara sob o número 6 de 2018, através de Emenda Substitutiva, apresentada pelo Senador Armando Monteiro Neto, na condição de relator da Comissão de Educação, Cultura e Esporte.
O que nos falta para saudar o sonho de Agamenon, de Celso, de Geraldo, de Armando pai, de Armando filho e de tantos e tantos? No meu pensar: comemorar. E, como bem dissera o próprio Senador Armando Monteiro Neto, “Comemorar com entusiasmo” essa luta de muitos anos. Muitos! Essa luta de muitas décadas. Muitas! De tantos, aqui, nominados e não nominados.
“Ah! E a sanção presidencial, Givaldo?” - teriam me perguntado. Respondi curto e grosso. Conquanto certo, pela minha fé e sem fiapo de dúvida: “Vem aí. Ah! Vem. E logo! Mas já podemos começar a comemorar.”
É Garanhuns ao encontro de suas vocações, realizando seus sonhos.
Outras realizações virão. No incremento ao turismo. No olhar aos seus campos. Enfim, ao seu encontro. E Garanhuns sendo mais Garanhuns. Mais cedo do que imaginamos.
· Figura Pública. Empresário
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