Por Pedro Rocha
Com a apresentação do cantor Pablo Moreno, iniciou-se o sábado de shows na Praça Mestre Dominguinhos, epicentro do 28º Festival de Garanhuns. O artista é uma das revelações musicais do estado e possui um trabalho autoral influenciado pelos nomes da Música Popular Brasileira (MPB).
Por volta das 21 horas foi a vez do MPBossas impregnar a plateia com o estilo que fez o Brasil ser conhecido pelo mundo. Quem não lembra de Garota de Ipanema, uma canção consagrada em todo o planeta, cantada até por Frank Sinatra? O MPbossas é um projeto que reúne André Rio, Roberto Menescal e Luciano Magno. Clássicos da Bossa Nova brindaram o público com um show emocionante. "Rio", que é uma composição de Roberto Menescal, foi cantada por André Rio em homenagem ao colega de palco.
Por volta das 22 horas, Flávio Venturini e sua orquestra comandaram um momento que deixou o público encantado. Cada nota gerava deleite na plateia. À medida que as músicas se sucediam, parecia que o público era parte da orquestra, auxiliando e cantando junto com a banda em vários momentos. Flávio é mineiro, ex-integrante de bandas como 14 Bis e O Terço. Em Garanhuns, trouxe para o FIG um repertório que foi desde a música erudita aos clássicos que marcam a sua longa carreira.
Já passava das 23h00min quando Pedro Luís, com o show Pérolas Negras entrou no palco e presenteou o público com uma singela, porém agradável, homenagem a um ícone da MPB, Luíz Melodia. Com uma praça quase que completamente tomada, o Samba e a MPB deram o tom da apresentação. Pedro Luís é integrante dos grupos Monobloco e Na Parede.
Fechando a segunda a segunda noite de shows na Praça Mestre Domiguinhos, 3ª do FIG 2018, ninguém mais, ninguém menos que Daniela Mercury. A baiana, Rainha do Axé, trouxe uma apresentação que empolgou o público. Com mais de 30 anos de carreira e 19 cds lançados, a diva contagiou a multidão cantando seus grandes sucessos.
Durante o show, Daniela fez duras críticas aquilo que ela considera censura explicita contra a peça O Evangelho Segundo Jesus, Rainha do Céu. O espetáculo que entrou na grade do FIG esse ano, sofreu uma forte rejeição nas redes sociais, sobretudo do segmento católico e evangélico, sendo retirado da grade oficial do evento por decisão da Fundarpe, após foi pressão do prefeito Izaías Régis e da Diocese de Garanhuns. Entretanto, após uma vaquinha virtual feita por artistas pernambucanos, foram arrecadados 10 mil reais e a polêmica peça será encenada em Garanhuns, mesmo cancelada no FIG, desta vez de maneira autônoma. A apresentação ocorre no próximo dia 27 de julho em local ainda a ser confirmado. Todos os ingressos foram vendidos no primeiro dia. Durante o desabafoda cantora, imagens de Daniela e de sua esposa, Malu Verçosa, eram exibidas no telão.
CONFIRA OS PRINCIPAIS TRECHOS DO DISCURSO DA CANTORA
"A arte é livre e singular, a arte é pra incomodar pra fazer pensar, libertar a cabeça de merda. Não existe civilização sem liberdade. Não me venha agora com ignorância de conceituar o que é arte e o que não é arte. Censurar uma peça de teatro por convicções religiosas é absurdo e isso não é permitido pela nossa constituição. Eu falei com Renata Carvalho agora por telefone e ela está muito magoada, a voz tava embargada. Como é que alguém tem capacidade de de oprimir os travestis que há tantos anos são massacrados? Eu senti vergonha pelos políticos que faz isso com as pessoas. É maldade, desumanidade, ruindade"
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