quarta-feira, 8 de maio de 2019

Banda de Pau e Corda lança primeiro disco ao vivo no Teatro de Santa Isabel

Banda de Pau e Corda – 45 anos Ao Vivo” será lançado no dia 10 de maio. O show de lançamento do disco será no dia 25 de maio, às 20h, no Teatro de Santa Isabel.
Criada em dezembro de 1972, a Banda de Pau e Corda é parte de um dos momentos musicais mais efervescentes da música pernambucana. Com o lançamento do primeiro disco, “Vivência”, em 1973, o grupo iniciou sua trajetória mostrando que a música regional e a cultura popular também poderiam ser sofisticadas. Conhecida pelo cuidado poético, a banda rapidamente conquistou muitos admiradores, como o escritor Ariano Suassuna e o sociólogo Gilberto Freyre, que escreveu a apresentação do álbum de estreia, inspirando contemporâneos e futuras gerações do Brasil todo a ressignificarem seu sotaque. 

Com dez discos gravados desde então, o grupo lança, no dia 10 de maio, o disco “Banda de Pau e Corda – 45 anos Ao Vivo”, que retrata a turnê comemorativa de 45 anos dos pernambucanos. Na ocasião, o trabalho será distribuído nacionalmente pela Kuarup e estará disponível em todas as plataformas de streaming. O show de lançamento do disco será no Teatro de Santa Isabel, no Recife, no dia 25 de maio, às 20h. Os ingressos já estão à venda no site Eventim.com e nas lojas TicketFolia, onde podem ser encontrados por R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia).

“É histórico realizar esse lançamento na casa da gente, porque tem uma importância sentimental muito grande fazer esse show comemorativo de 45 anos no lugar onde a Banda nasceu. Vamos estar entre amigos que nasceram musicalmente com a gente, é quase como se a gente estivesse fazendo o primeiro show da nossa carreira. Muita vivência e estrada partiram do Recife”, comenta o vocalista Sérgio Andrade.

Para além de confraternizar com artistas do mesmo berço
musical, o show de lançamento de “Banda de Pau e Corda - 45 anos Ao Vivo” também promove o encontro de gerações com as participações das revelações pernambucanas Marcello Rangel e PC Silva. “Esse pessoal da nova geração tem uma veia poética muito forte. A Banda de Pau e Corda sempre foi muito calcada na poesia e essa nova cena traz isso de volta. Acho muito importante essa interação, porque existe um diálogo musical e poético muito expressivo entre a gente”, observa Sérgio, sobre a atualidade da obra da Banda, que segue influenciando novos artistas.

O show de lançamento segue a mesma proposta musical do novo disco, que reproduz fielmente os arranjos originais criados por Waltinho. As únicas exceções são as canções de “Vivência”, gravadas a princípio apenas com instrumentos de pau e corda, mas que passaram a contar com a bateria convencional a partir da turnê de “Redenção” (1974). “Na época, sentimos a necessidade de incluir outros instrumentos, sem perder a nossa essência, por isso, adaptamos as músicas de ‘Vivência’ desde então e mantivemos esses arranjos com a bateria no novo disco”, explica Sérgio. 

SOBRE O DISCO

Gravado em 27 de julho de 2018, no Cine Theatro Brasil Vallourec, em Belo Horizonte, o material é o primeiro registro ao vivo da Banda de Pau e Corda. “Esse trabalho foi uma oportunidade de eternizar o que há de mais simbólico para a gente e os nossos admiradores vão poder ter a nossa essência em um só disco”, explica Sérgio, ao lembrar que o grupo ainda não tinha uma coletânea que abrangesse toda sua obra, por isso a gravação vem para preencher essa lacuna.

Assim, os fãs poderão ter disponíveis nas plataformas digitais clássicos que estão no repertório de 16 canções. Entre elas estão “Vivência”, “Flor D’Água (trilha sonora da novela “Maria, Maria”), “Areia” e “O Trem Tá Feio”, que foi trilha sonora da primeira versão da novela “Cabocla” e foi composta por Murilo Antunes e Tavinho Moura. Esse último participa do disco ao vivo na sua canção de autoria. Outra participação que se destaca é a do violeiro mineiro Chico Lobo, que toca “Pássaro de Rima”, feita em parceria com Siba Veloso. 

“São dois grandes amigos mineiros da banda. Temos uma amizade com Tavinho desde que gravamos ‘O Trem Tá Feio’ para o disco ‘Arruar’, de 1978. E Chico, eu o conheço há muitos anos, desde quando ele tocava no grupo de dança Aruanda, em que minha esposa dançava. Ele sempre teve uma admiração pela Banda de Pau e Corda e a gente por ele também, até que gravamos ‘Pássaro de Rima’, em 2008”, comenta o vocalista.

Apontada como um parâmetro para muitos músicos mineiros, inclusive para o Clube da Esquina de Milton Nascimento, Wagner Tiso e Lô Borges, a Banda de Pau e Corda escolheu gravar o disco em Belo Horizonte por conta do carinho do estado. “Sempre fomos muito bem recebidos por lá, onde temos um público fiel que nos considera referência. Consideramos nossa segunda casa”, diz Sérgio Andrade, que na gravação foi acompanhado por Sérgio Eduardo, no contrabaixo; Júlio Rangel, na viola; Erik Caldas, na flauta; Mek Mouro, na bateria; além dos convidados Johann Brehmer, na percussão, e Lucas Oliveira, no violão.

O disco é dedicado aos músicos Roberto Andrade e Paulo Rezende, que foram uns dos fundadores da Banda de Pau e Corda e faleceram em 2017. Irmão e primo, respectivamente, de Sérgio Andrade.

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