segunda-feira, 16 de novembro de 2020

Uma eleição atípica e histórica no Recife

 

Por Edmar Lyra em sua coluna desta segunda

A disputa pela prefeitura do Recife trouxe uma série de peculiaridades com a abertura das urnas, que demorou muito para ser definida por conta de uma pane no sistema do TSE. Com a definição, confirmou-se a tendência das pesquisas com João Campos na primeira colocação e Marília Arraes na segunda colocação. A diferença é que a distância entre Marília e João foi muito pequena, ficando os dois com menos de 30% dos votos válidos.

Pela primeira vez, também tivemos quatro candidatos com dois dígitos numa disputa para prefeito do Recife. O eleitor dividiu-se entre João, Marília e Mendonça, que também teve uma expressiva votação, e viu a Delegada Patrícia garantir ao quarto lugar pela primeira vez na história dois dígitos, com mais de 100 mil votos.

Os números mostram uma direita maior do que sempre foi nos últimos anos, que junta atingiu cerca de 40% dos votos válidos e que certamente se estivesse unida, poderia chegar a uma segunda etapa. Mendonça Filho obteve sua melhor votação proporcional na sua terceira tentativa ao comando da capital pernambucana.

A Delegada Patrícia, ao reconhecer a derrota, anunciou que não apoiaria nem João Campos nem Marília Arraes e que não estará no palanque de nenhum dos candidatos na segunda etapa. Os números expostos evidenciam a necessidade de estabelecer novos diálogos tanto para João quanto para Marília com o eleitor que não votou em nenhum dos dois. Conquistar esse expressivo eleitorado que rejeitou PT e PSB, mais alinhado à direita, é o caminho para poder sair vitorioso na segunda etapa, numa eleição de tiro curto que começa a partir de hoje.

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