Por Edmar Lyra
Então líder absoluto nas pesquisas eleitorais até o final do ano passado, o ex-presidente Lula continua bem posicionado na disputa presidencial, porém com uma vantagem muito menor do que possuía em outrora sobre o atual presidente Jair Bolsonaro que vem paulatinamente recuperando sua popularidade e consequentemente a viabilidade de conquistar a reeleição.
O presidente Jair Bolsonaro viu seu partido crescer substancialmente com o fim da janela partidária, saltando de 33 deputados federais para 78 parlamentares. Partidos como PP e Republicanos que estarão na coligação governista também cresceram significativamente. Isso é fruto da perspectiva de poder que ele tem ofertado.
Em eleições anteriores, Lula sempre começou bem e atingiu um platô que não conseguia crescer, a ponto de perder as disputas para Collor e FHC, por duas vezes. O desenho de 2022 pode repetir as ocasiões anteriores, e para isso será necessário reposicionar o discurso e o projeto petista com algo parecido como a carta aos brasileiros que funcionou bem em 2002 quando Lula chegou pela primeira vez ao Palácio do Planalto.
A construção com Geraldo Alckmin que será oficializado como pré-candidato a vice-presidente na sua chapa foi um passo importante neste sentido, mas talvez seja necessário algo a mais, como evitar discursos que possam ter impacto negativo no eleitorado mais ao centro e que considera Lula como opção no embate contra o presidente Jair Bolsonaro. Faltando seis meses para a eleição, Lula precisa produzir um fato novo que quebre a tendência de recuperação de Bolsonaro e o reposicione na perspectiva de ascendência eleitoral.
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