sábado, 18 de janeiro de 2025

Em 2026, Lula deve repetir estratégia de 2006 e subir em dois palanques em Pernambuco



Por Larissa Rodrigues
Repórter do blog

A última semana foi de movimentações na política pernambucana, com o PT no centro dos debates para as eleições de 2026. Ao contrário do que os políticos gostam de dizer, as articulações para o próximo ano já estão a todo vapor e os possíveis candidatos tentam garantir as melhores condições para seus grupos, tanto o presidente Lula (PT), quanto a governadora Raquel Lyra (PSDB), como o prefeito do Recife, João Campos (PSB).

A conclusão que dá para chegar neste momento é a seguinte: para a disputa pelo Governo do Estado, tanto a governadora Raquel Lyra quanto o prefeito João Campos estão interessados em ter o presidente Lula nos seus palanques, mesmo que isso signifique dividir o petista com o grupo adversário e esteja Raquel Lyra em qual partido estiver até lá. Apesar da popularidade em queda, Lula ainda é o maior cabo eleitoral de Pernambuco.

No Nordeste, o presidente é imbatível e é preciso considerar que até a eleição do ano que vem, ele ainda tem tempo de recuperar a imagem, fazer entregas, viajar e conversar pessoalmente com os eleitores. Além disso, nenhum outro nome lidera as intenções de voto do campo progressista hoje no Brasil como o de Lula.

É interessante tanto para Raquel quanto para João ter o presidente em seus palanques. Mais do que isso: é muito pouco provável que, o presidente escolhendo um lado ou outro no pleito, quem supostamente ficasse de fora não fosse pedir votos para Lula em 2026, já que o petista ajudou as duas administrações, de Pernambuco e do Recife, com milhões em recursos e com a atenção de ministros que vieram pessoalmente várias vezes ao Estado, nos últimos dois anos.

Tanto é verdade que, na mesma semana em que o titular deste blog revelou que o poderoso ministro da Casa Civil de Lula, Rui Costa, quer Raquel Lyra no PT, João Campos cuidou logo de garantir a foto com o presidente em visita à Brasília. Já a governadora Raquel Lyra não disse nada, mas também não “desdisse”.

O presidente Lula, por sua vez, sabe que a eleição de 2026 não vai ser fácil para a esquerda e também tem interesse em ter os dois principais palanques do pleito pernambucano abertos para ele. Habilidoso e experiente, Lula não vai se fazer de rogado se precisar subir nos dois palanques e agradar todo mundo, como já fez na eleição de 2006, quando apoiou as candidaturas de Eduardo Campos e de Humberto Costa ao Estado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário