Espaço promoveu 33 atrações durante sete dias de programação no jardim do Museu Cais do Sertão com destaque para a cultura popular
Foto: Morgana Narjara
Consagrando-se como o polo mais democrático em linha reta da folia momesca e reluzindo o ouro da cultura popular, o palco Pernambuco Meu País, iniciativa pioneira do Governo do Estado de Pernambuco por meio da Secretaria de Cultura de Pernambuco (Secult-PE), jogou luz e fez brilhar artistas dos quatro cantos do Estado. No balanço da ciranda, na pisada do coco de roda, na energia do frevo e na malemolência do brega, o que se viu foi pura alegria e celebração das expressões artísticas mais ancestrais de Pernambuco. O público pôde se esbaldar durante os sete dias de programação do polo instalado no jardim do Museu Cais do Sertão, no Recife Antigo, que entre os dias 21 e 23 de fevereiro, e de 28 de fevereiro a 04 de março, levou 33 atrações referenciadas nos mais diversos ritmos que fazem o nosso Carnaval ser desejado pelo mundo inteiro. Mostrando que o acesso à cultura é direito de todas as pessoas, o palco Pernambuco Meu País do Recife fez a cabeça de crianças, jovens e idosos, com canções das mais clássicas até hits atuais adaptados ao frevo, colocando dança no corpo do folião e alargando ainda mais o amor pelo Carnaval.
O último dia do palco no Recife, essa terça-feira (04 de março), teve início logo com um Patrimônio Vivo de Pernambuco. João Limoeiro, cujo título inspirou a criação do Festival de Ciranda João Limoeiro, realizado em Carpina, município da Zona da Mata Norte do Estado, deu o start na folia com o melhor da ciranda pernambucana. "Patrimônio Vivo é uma história, anos de arte e convivência na cultura com ciranda, maracatu, caboclinho. Para mim é um orgulho estar aqui no palco Pernambuco Meu País. Agradeço muito ao Governo, me sinto muito feliz em estar participando deste momento", testemunhou o mestre João Limoeiro.
Em seguida foi a vez do coco de roda convidar todo mundo a se mexer. Juninho do coco, que inclusive já havia participado do projeto Pernambuco Meu País no ano passado, quando se apresentou com o Coco do Pneu em Serra Negra, no Agreste de Pernambuco, transmitiu toda energia ao lado da sua família de axé e de vivência, como ele mesmo apresentou o grupo, representando bem o coco de Amaro Branco de Olinda, onde nasceu e se criou. "Para mim foi maravilhoso sair da periferia pra cidade grande mostrar o nosso trabalho, o coco de praia e o coco de terreiro, com esse pessoal maravilhoso que vem me acompanhando. E eu espero que seja uma abertura de portas para que o coco de roda seja ainda mais conhecido no Carnaval, pois a gente precisa ocupar cada vez mais esses palcos grandes", disse Juninho.
Larissa Lisboa subiu ao palco na sequência cantando "Tigresa" em frevo, um clássico de Caetano Veloso. "Vampira" de Jota Michilis, "Feira de Mangaio" de Sivuca, "Lamento Sertanejo" de Dominguinhos e Gilberto Gil, Frevo Nº 2 do Recife de Antônio Maria e "Festa do Interior" de Moraes Moreira foram cantadas em melodias de forró e frevo de bloco. A lua nova já pintava no céu quando Larissa engatou na lambada clássica "Chorando Se Foi", a qual levou muitos casais a dançarem agarradinhos. A partir daí o puro suco dos hits nostálgicos embalou o público apaixonado, com "Timidez" de Cavalo de pau e "Me Usa" de Magníficos. O Hino do Elefante de Olinda tocado no instrumental deu uma pausa no romance, mas logo em seguida a cantora nascida no bairro da Mustardinha, no Recife, voltou com a proposta de misturar tudo e mais um pouco, cantando o melhor do brega na versão frevo de bloco, com "Alvejante" de Priscilla Senna, "Diário" e "Ânsia" da Companhia do Calypso, "Dizem Que Sou Louca" de Renato Moreno, versionista oficial da música da Thalia no Brasil, "Se Eu Pudesse Apertar Um Botão" da banda Solteirões do Forró.
Entregando muita simpatia e interação, durante o show Larissa tirou selfies com foliões na beirinha do palco, até que não se conteve e foi literalmente pra galera, descendo pra cantar e frevar na pista nos momentos finais do show, que por sinal foi bastante enaltecido pelo público. "Eu estou muito feliz, cantar hoje especificamente no encerramento é uma alegria enorme pra mim. Estou muito honrada. É uma novidade do Governo no Carnaval e sei que é muito importante e eu acho que é mais uma forma da gente conseguir mostrar o trabalho da gente para públicos diferentes", expressou Larissa.
A Orquestra Popular da Bomba do Hemetério com Maestro Forró e convidados foi a última atração da noite, convidando o público a ir se despedindo do Carnaval no melhor estilo e com aquelas "pedradas" do frevo raiz. O convidado Ed Carlos iniciou os trabalhos puxando clássicos do renomado mestre Capiba, como "De Chapéu-de-sol Aberto", "Oh Bela!", "Trombone de Prata" e "Frevo e Ciranda", abrindo cirandas que abrilhantaram ainda mais a última noite do palco Pernambuco Meu País no Carnaval do Recife. O cantor desceu pra cantar no meio do povo entoando mais clássicos cirandeiros, como "Quem Me Deu Foi Lia" do compositor Antônio Baracho, em uma grande celebração que representou bem a essência do projeto cultural do Governo, seguir de mãos dadas e em roda com os artistas da cultura popular pernambucana.
O show continuou com o tão aguardado Maestro Forró e não precisa dizer que os foliões foram à loucura em doses apoteóticas. "Pra tirar coco" de Messias Holanda, "Morena Tropicana" de Alceu Valença e até o clássico de Geraldo Vandré "Pra Não Dizer Que Não Falei Das Flores", esse em ritmo de reggae, fizeram parte do repertório do maestro e cantor Forró. A temperatura subiu com a convidada ilustre Ylana Queiroga, que além de outros clássicos do frevo fez homenagem à matriarca Nena Queiroga cantando "Chuva de Sombrinhas", uma parceria com André Rio. A cantora Gabi da Pele Preta, também convidada de peso, brilhou entoando "Frevo Mulher" de Zé Ramalho e outras canções.
E, por fim, após o público chegar ao ápice do fervor com hits de Chico Science, Maestro Forró com seu jeitinho eletrizante de ser virou de ponta-cabeça regendo a Orquestra Popular da Bomba do Hemetério por um ângulo diferente, de cabeça para baixo e coração pulsante lá no alto, mostrando que o Carnaval de Pernambuco é puro êxtase. "A energia da galera aqui no palco Pernambuco Meu País foi maravilhosa. A expectativa estava super alta, eu estava querendo muito cantar nesse palco e pude constatar a energia de toda galera", destacou Maestro Forró.
Suzana Rodrigues e José Menezes, casal que há 12 anos brinca o Carnaval com a vestimenta da bandeira de Pernambuco da cabeça aos pés, expressa a alegria de estar no palco Pernambuco Meu País: "Eu achei muito cultural e muito diferente. É incrível como crianças e adultos interagem, e isso é muito bom. É um ótimo sinal quando criança gosta, quando a gente sabe que o Carnaval vai se perpetuar e ser uma coisa muito bonita. O Governo está de parabéns com a iniciativa desse palco lindo", ressaltou Suzana. "Nós brincamos todas as festas, mas o Carnaval é especial porque a gente se veste da bandeira de Pernambuco que para nós é a mais bonita da Federação. E eu estou amando o palco, está muito organizado e bonito, muitas crianças e pessoas idosas, é um espaço inclusivo", destacou José.
Cacau de Paula, secretária de Cultura de Pernambuco, comemora a receptividade do público que compareceu no jardim do Museu Cais do Sertão: "O palco do 'Pernambuco Meu País no Carnaval - Recife' foi uma grande oportunidade para a cultura popular pernambucana. Com o objetivo de proporcionar mais espaço aos nossos fazedores de cultura, enaltecer nossas tradições e fomentar a formação de plateia, o palco foi cenário de importantes momentos aos pernambucanos e aos turistas que frequentaram o Recife Antigo durante o período da tarde neste Carnaval. Como está sendo a primeira edição, o público foi se familiarizando com o novo espaço e prestigiando cada dia mais os nossos artistas, confirmando que nosso esforço e trabalho em prol do fortalecimento da nossa cultura é algo que faz total sentido e precisa continuar".
Secretaria de Cultura de Pernambuco
Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco - Fundarpe
(81) 3184.3118 / 3184.3107 / 3184.3089
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