Por Edmar Lyra
A política brasileira se desenha para um novo ciclo em 2026, e o cenário parece cada vez mais favorável para um nome como Tarcísio Gomes de Freitas. Enquanto o governador de São Paulo se fortalece como alternativa de centro-direita, Luiz Inácio Lula da Silva enfrenta um desgaste acelerado, com uma desaprovação recorde e poucas chances de recuperação. Se a tendência se mantiver, Lula pode ser expurgado pelo próprio movimento que o resgatou em 2022, abrindo caminho para um novo protagonista no Palácio do Planalto.
Lula chegou ao terceiro mandato graças a uma frente ampla que reuniu desde petistas históricos até antigos adversários, como setores do PSDB e MDB. No entanto, essa aliança começa a ruir diante da incapacidade do governo de entregar resultados concretos. A economia não deslancha, a inflação corrói o poder de compra, e os juros altos mantêm o país em um ciclo de estagnação. O Congresso, dominado pelo centrão, controla a pauta e impõe derrotas ao governo. Sem base parlamentar sólida, Lula se vê cada vez mais refém de Hugo Mota, Davi Alcolumbre e outros líderes do Legislativo.
Enquanto Lula se enfraquece, Tarcísio se consolida. Ex-ministro da Infraestrutura no governo Bolsonaro, o atual governador paulista tem um perfil técnico e transita bem entre diferentes setores da política e da economia. Além disso, conta com o apoio estratégico de Gilberto Kassab, presidente do PSD e um dos principais articuladores políticos do país. Kassab trabalha para construir uma candidatura de centro-direita que una PP, União Brasil, Republicanos e até mesmo o PL de Bolsonaro, formando um bloco capaz de vencer Lula ou qualquer nome que ele tente emplacar.
A eventual vitória de Tarcísio poderia representar uma pacificação política, semelhante ao que ocorreu com Fernando Henrique Cardoso após o sucesso do Plano Real. Seu perfil pragmático e sua capacidade de dialogar com diferentes setores o tornam um nome viável para atrair tanto o eleitorado bolsonarista quanto uma fatia do eleitorado de centro que busca estabilidade e crescimento econômico.
Se o cenário atual se mantiver, a tempestade perfeita para Lula será a oportunidade ideal para Tarcísio. A erosão do governo petista, somada à incerteza sobre o futuro da esquerda, pode abrir caminho para uma transição política mais ampla – e Tarcísio pode ser o homem certo na hora certa.
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