Por Edmar Lyra
Neste domingo (16/03), o ex-presidente Jair Bolsonaro realizará um ato político na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro. A mobilização, que deve reunir apoiadores de diferentes partes do país, terá como principais pautas as críticas ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, e a defesa da anistia aos presos pelos ataques de 8 de janeiro de 2023, quando manifestantes invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes, em Brasília.
O evento ocorre em um momento de forte embate entre Bolsonaro e a Justiça, especialmente após decisões recentes que miram aliados do ex-presidente e sua própria conduta em relação às eleições de 2022. Moraes, relator de inquéritos que investigam Bolsonaro e sua base política, tem sido alvo constante de críticas do ex-mandatário e de seus apoiadores, que o acusam de perseguição política.
A defesa da anistia aos condenados pelo 8 de janeiro também tem sido uma bandeira crescente dentro do bolsonarismo. Parlamentares da base aliada e grupos de apoio ao ex-presidente argumentam que os manifestantes detidos são “presos políticos” e que as penas impostas pelo STF são desproporcionais. Do outro lado, o Judiciário e setores da sociedade civil veem os atos como uma tentativa de golpe contra as instituições democráticas, justificando punições rigorosas.
A manifestação deste domingo será um teste para a capacidade de mobilização de Bolsonaro, que busca consolidar sua influência política mesmo após a inelegibilidade imposta pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O ex-presidente tem investido na retórica de resistência contra o que chama de “perseguição judicial”, enquanto seus aliados no Congresso tentam articular medidas que possam reverter condenações e restabelecer sua viabilidade política para 2026.
Com um cenário político polarizado e a relação entre o ex-presidente e o judiciário cada vez mais tensa, o ato em Copacabana pode dar novos contornos à disputa entre Bolsonaro e a Suprema Corte. A adesão popular e os discursos proferidos durante a manifestação indicarão o peso que o ex-presidente ainda tem dentro da direita brasileira e o impacto de sua agenda para os próximos anos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário