Centenas de moradores do campo esperaram ônibus que os levariam a acomodações temporárias em toda a França
O ministro do Interior da França, Bernard Cazeneuve, anunciou que 4.010 imigrantes já deixaram suas casas na "selva" de Calais até a noite desta terça-feira (25). O segundo dia de evacuação do local transcorreu normalmente e as pessoas foram enviadas para os grandes centros de acolhimento e orientação espalhados pelo país.
Imigrantes se lançaram contra barreiras policiais do lado de fora do campo, esperando um processamento de seus pedidos de asilo enquanto funcionários do governo se preparavam para começar a desmontar a vasta cidadela improvisada.
em meio ao início de uma grande operação de demolição do local.
Alguns se aqueciam ao redor de pilhas de lixo incinerado no campo, uma extensão de terra imunda que se tornou um símbolo das políticas imigratórias fracassadas da Europa no momento em que países-membros se desentendem sobre quem deve acolher os postulantes a asilo e os imigrantes econômicos.
Não houve uma reprise das rixas com forças de segurança vistas no final de semana, e autoridades francesas disseram que as etapas iniciais da operação de desmonte estavam transcorrendo pacificamente.
Para muitos dos imigrantes em fuga das guerras e da pobreza na Síria, no Afeganistão e em outras zonas de conflito, o fechamento da "Selva" marcou o fim do sonho de chegar ao Reino Unido, uma tentação devido à curta travessia marítima que o separa do solo francês.
"Sabemos que a 'Selva' acabou", disse Aarash, um afegão de 21 anos, enquanto abria caminho no local onde funcionários da imigração estão fazendo o processamento dos imigrantes.
"Vamos ver se conseguimos pegar um ônibus hoje, mas queremos uma cidade boa, como uma perto de Paris. Se não pudermos ir para lá, voltaremos à 'Selva'".
Várias equipes de assistentes sociais acompanhados de tradutores enviados pelo governo percorreram o campo no início desta terça-feira entregando panfletos para convencer os imigrantes que eles precisam se preparar para sair do campo.
As autoridades mostraram a alguns um mapa da França com uma seta "Você está aqui" em inglês apontando para Calais.
"No geral, os imigrantes entenderam que o tempo da Selva acabou. Estão sendo receptivos", disse o veterano assistente social regional Serge Szarzynski.
Mas alguns deles disseram que irão resistir aos esforços para reassentá-los no território francês.
"A França é um bom país, mas não é o certo para mim e minha situação. Vou ficar e construir outra selva!", disse um afegão de 32 anos que só se identificou como Khan.
Londres e Paris vêm se chocando quanto ao destino de cerca de 1.300 crianças imigrantes desacompanhadas. Na semana passada, o governo francês exortou o Reino Unido a intensificar seus esforços e reassentar crianças imigrantes.
Fonte: R7.com
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