* Givaldo Calado de Freitas
Gosto muito dessas “meninas”
da Rede Feminina de Combate ao Câncer de Garanhuns. É assim que me dirijo a
elas.
Outro dia, pensei:
“Meninas”? Por que eu as chamo de “meninas”? Será que em um dia desses não vou
receber alguma repreensão de alguma delas por chamá-las de “meninas”? Elas com
suas condições de senhoras da nossa sociedade, lá estando para prestarem um
serviço voluntário, focado na solidariedade, na fraternidade e no humanitário?
Não! Avancei demais. Não! Não as devia estar chamando de “meninas”. E já há um
bom tempo, eu me refiro a elas assim. Sei lá o sentido que alguém de fora possa
dar à minha saudação! Resolvi abrir um hiato. Passar um tempo sem mais as
chamar de “meninas”. Até me esconder um pouco delas, já que se reúnem em um dos
salões do Garanhuns Palace.
“Coisa feia, Givaldo!”,
disse a meus botões. “Se esconder das ‘meninas’? As ‘meninas’ a quem você tanto
admira? As ‘meninas’ a quem a cidade tanto aplaude?” Arrematei meu pensar.
Vulgarizar a saudação “meninas”? Impossível! No que pese... Bem! Todos sabem.
Já sei! Já sei! Vou consultar o Aurélio. E fui. E não para minha surpresa, ele
é fulminante. “Menina”, dentre outras, mas, sobretudo: “Tratamento familiar e
afetuoso dado às pessoas do sexo feminino, crianças e adultos”. Mais, ainda:
“Tratamento familiar e afetuoso entre parentes e amigos, ainda que adultos”.
Bateu com o sentido que eu
vinha conferindo às minhas “meninas” da Rede. Que adoro. E respeito. Deveras.
Fui às minhas anotações que sempre faço, e encontrei essa do poeta Jorge de
Lima: “Joaquina Maluca, você ficou lesa /
não sei porque foi / Você tem um resto de graça menina, na boca, nos
peitos / não sei onde é”...
Vou voltar às minhas
“meninas”. E não vou fazê-lo porque, só agora, esteja certo que elas absolverão
minha saudação. Até porque sempre estive certo disso. Vou voltar porque elas já
me fazem falta com seus sorrisos. Com suas alegrias. Suas histórias
interessantes da Rede e de fora dela.
Mas eis que, entrementes,
encontro uma delas. “Givaldo, você nunca mais nos chamou de ‘meninas’. Estamos
sentindo falta!”. Ah! Se eu ia. Agora é que eu vou mesmo. Vou cumprimentar
minhas “meninas” sempre que estiverem por aqui, reunidas. Contando suas
histórias de solidariedade. Falando sobre suas histórias de fraternidade.
Dizendo, enfim, de seus feitos humanitários. Não! Não vou mais só me ater, e
tão só, às Festas de São João da Rede que, com grande brilho e animação, elas
promovem na cidade. E que contam com a presença de muita gente da sociedade
garanhuense, que vai muito mais para levar o seu “Muito Obrigado!” por elas
existirem em nossa cidade. Em nossa região.
Vou muito mais além. Eu
quero! Afinal, São João só ocorre uma vez ao ano. Vou me colocar à disposição
dessas “meninas” em suas tarefas humanitárias, fazendo tudo o que me for
possível.
Muito bonita a festa de São
João dessas “meninas”, desse ano. Disse alto à cidade de suas grandes
iniciativas, a contar pelo grande número de pessoas presentes.
De parabéns todas as que
fazem a Rede Feminina de Combate ao Câncer de Garanhuns, em especial a essa
abnegada Irene Leal, sua presidente.
·
Figura Pública. Advogado de Empresas.
Empresário.
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