quarta-feira, 25 de outubro de 2017

REDE FEMININA

* Givaldo Calado de Freitas



Gosto muito dessas “meninas” da Rede Feminina de Combate ao Câncer de Garanhuns. É assim que me dirijo a elas.
Outro dia, pensei: “Meninas”? Por que eu as chamo de “meninas”? Será que em um dia desses não vou receber alguma repreensão de alguma delas por chamá-las de “meninas”? Elas com suas condições de senhoras da nossa sociedade, lá estando para prestarem um serviço voluntário, focado na solidariedade, na fraternidade e no humanitário? Não! Avancei demais. Não! Não as devia estar chamando de “meninas”. E já há um bom tempo, eu me refiro a elas assim. Sei lá o sentido que alguém de fora possa dar à minha saudação! Resolvi abrir um hiato. Passar um tempo sem mais as chamar de “meninas”. Até me esconder um pouco delas, já que se reúnem em um dos salões do Garanhuns Palace.
“Coisa feia, Givaldo!”, disse a meus botões. “Se esconder das ‘meninas’? As ‘meninas’ a quem você tanto admira? As ‘meninas’ a quem a cidade tanto aplaude?” Arrematei meu pensar. Vulgarizar a saudação “meninas”? Impossível! No que pese... Bem! Todos sabem. Já sei! Já sei! Vou consultar o Aurélio. E fui. E não para minha surpresa, ele é fulminante. “Menina”, dentre outras, mas, sobretudo: “Tratamento familiar e afetuoso dado às pessoas do sexo feminino, crianças e adultos”. Mais, ainda: “Tratamento familiar e afetuoso entre parentes e amigos, ainda que adultos”.
Bateu com o sentido que eu vinha conferindo às minhas “meninas” da Rede. Que adoro. E respeito. Deveras. Fui às minhas anotações que sempre faço, e encontrei essa do poeta Jorge de Lima: “Joaquina Maluca, você ficou lesa / não sei porque foi / Você tem um resto de graça menina, na boca, nos peitos / não sei onde é”...
Vou voltar às minhas “meninas”. E não vou fazê-lo porque, só agora, esteja certo que elas absolverão minha saudação. Até porque sempre estive certo disso. Vou voltar porque elas já me fazem falta com seus sorrisos. Com suas alegrias. Suas histórias interessantes da Rede e de fora dela.
Mas eis que, entrementes, encontro uma delas. “Givaldo, você nunca mais nos chamou de ‘meninas’. Estamos sentindo falta!”. Ah! Se eu ia. Agora é que eu vou mesmo. Vou cumprimentar minhas “meninas” sempre que estiverem por aqui, reunidas. Contando suas histórias de solidariedade. Falando sobre suas histórias de fraternidade. Dizendo, enfim, de seus feitos humanitários. Não! Não vou mais só me ater, e tão só, às Festas de São João da Rede que, com grande brilho e animação, elas promovem na cidade. E que contam com a presença de muita gente da sociedade garanhuense, que vai muito mais para levar o seu “Muito Obrigado!” por elas existirem em nossa cidade. Em nossa região. 
Vou muito mais além. Eu quero! Afinal, São João só ocorre uma vez ao ano. Vou me colocar à disposição dessas “meninas” em suas tarefas humanitárias, fazendo tudo o que me for possível. 
Muito bonita a festa de São João dessas “meninas”, desse ano. Disse alto à cidade de suas grandes iniciativas, a contar pelo grande número de pessoas presentes.
De parabéns todas as que fazem a Rede Feminina de Combate ao Câncer de Garanhuns, em especial a essa abnegada Irene Leal, sua presidente.


·         Figura Pública. Advogado de Empresas. Empresário.

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