Por Roberto Almeida
A maioria dos deputados federais que votou a favor de Michel Temer, da corrupção e da impunidade, não o fez por convicção ou pela perfeição jurídica do relatório feito por um parlamentar tucano.
Os deputados disseram sim porque foram comprados, alguns dentro do Congresso Nacional, em plena sessão, como foi documentado por fotógrafos e jornalistas, com vídeos e fotos divulgadas pela mídia e nas redes sociais.
A justificativa de que estavam defendendo a estabilidade, a recuperação da economia e o emprego é cínica e mentirosa.
Que estabilidade se a crise persiste, até se agravou depois do golpe, do mandato comprado por Michel Temer em 2016?
Recuperação da economia à custa da retirada dos direitos dos trabalhadores, do fim da aposentadoria para milhões de brasileiros e da facilitação do trabalho escravo?
Como pelo emprego, se desde que o peemedebista tomou de assalto o poder o número de pessoas sem trabalho não para de crescer?
Os deputados votaram para atender seus interesses, os pernambucanos Mendonça Filho e Bruno Araújo disseram sim para continuar ministros de um governo ilegítimo, comandado por um ladrão, conforme as denúncias e provas apresentadas pela Procuradoria Geral da República.
A votação desta quarta-feira, como outras recentes da história da Câmara dos Deputados, faz com que cada vez mais o Brasil se transforme numa vergonha mundial, aumenta a desesperança, multiplica o desencanto com a política e confunde a cabeça da população, levada a achar que todos são iguais.
Não são. Lembremos que 233 parlamentares disseram não a Temer, à corrupção legalizada e a impunidade.
Não se pode comparar o voto de Tadeu Alencar e Gonzaga Patriota, os dois do PSB de Pernambuco, com o de deputados que venderam a consciência, a vergonha e o mínimo de decência.
A Câmara Federal mais uma vez deu as costas ao povo. Aos mais de 90% dos brasileiros que não aprovam o governo ilegítimo de Temer e desejam vê-lo fora do Palácio do Planalto.
Cadê a Lava Jato que combate a corrupção? Cadê a justiça deste país?
Mas, como cantava Chico Buarque na época da ditadura militar: “Amanhã há de ser outro dia”.
As ditaduras passam, os tiranos morrem, nada é pra sempre.
Um dia, talvez não muito distante, os ladrões, os hipócritas, os oportunistas vão sair de cena e muitos pagarão por seus crimes.
O Brasil é maior do que esses pústulas, esses pervertidos do Congresso Nacional.
*Na foto do jornal O Globo o deputado Paulo Maluf, um dos parlamentares que livrou Temer de ser investigado pelo Supremo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário