* Givaldo Calado de Freitas
Temo! Temo muito pelo nosso
país. E esse temor me remete aos versos de Camões: “Que nos perigos grandes o temor / É maior vinte vezes que o perigo”.
Tomara! E que seja sempre
assim. Porque assim já ocorrera tantas vezes em nosso país. Mais temor que,
propriamente, perigo. Perigos que passam. Perigos que se esvaem. Como tantos no
passado. Passado recente. Passado remoto.
E não me queiram pechar de
estrabismo... Porque a história do nosso país é rica em saídas para crises.
Minha resposta a estes está na ponta da língua. Sou patriota. Acredito no meu
país. E sou homem de muita fé. Sem embargo de também temer. Mas encorajado
pelos desfechos das crises do passado.
Pobre país... Tão rico e tão
pobre. Rico e pobre a um só tempo. Pobre de homens públicos. Sérios. Probos.
Republicanos. Vocacionados à vida pública. Vida pública na acepção da palavra.
No sentido de servir a todos. Missionaricamente. Coletivamente.
País rico e pobre. Assim,
rico em beleza. Rico em território. Rico em biodiversidade. Rico em
potencialidade. Rico por sua gente. Contudo, pobre por seus homens públicos.
Penso que nunca vivemos um
momento tão difícil. Desde D. João VI, em 1817, com a “Revolução Republicana”.
Desde D. Pedro I, em 1831, com sua abdicação e seu retorno à Europa. Desde D.
Pedro II, em 1889, com o “Golpe de Deodoro”, e sua humilhante e injusta
expulsão do Brasil. Desde Vargas, em 1930, com a chamada “Revolução de 30”.
Ainda desde Vargas, em 1937, com a implantação do “Estado Novo”. Novamente,
desde Vargas, em 1952, com seu suicídio. Desde Jânio, em 1961, com sua
renúncia. Desde Goulart, em 1964, com o “Golpe Militar”. Desde Collor, em 1992,
com sua deposição. Desde Dilma, em 2016, com seu afastamento e posterior
deposição. Para ficar só nesses episódios que causaram temor e insegurança à
nação. Mas que a eles sobrevivemos.
Estamos atônitos... Com
aguda sensação de acefalia... Sem sabermos, a rigor, para onde caminhamos. Para
onde vamos. Sem sabermos que destino nos espera.
Pobre da Nação Brasileira.
Nunca a vi tão triste... E carregada de uma sensação de completo abandono. De
falta de perspectiva. De absoluta ou quase acefalia... Como em nossos dias.
Nunca! Desde menino. Pré-adolescente. Adolescente. Hoje, maduro.
Não! Nunca! Não! Nunca a vi.
Nem nunca li nos livros que contam a nossa história.
Uma saída desejamos. Que
esperamos para logo. Porque não mais suportamos essa situação. O país parado.
Ou quase parado. Sendo alimentado em seus dias a dia só de notícias ruins,
quando não, péssimas, fazendo a nação sangrar e sangrar. De tristeza. De
decepção. De vergonha...
Estou decepcionado e triste.
Como toda a nação brasileira. Em nossos dias a dia, só escândalo e mais
escândalo. Roubalheira e mais roubalheira. Verdadeira endemia. Sem limites. E
parece que só.
No meu entender só uma saída
para esse pesadelo em que vivemos: a punição exemplar desses irresponsáveis e
criminosos. Extirpando-os da vida
pública porque, evidente, para ela não servem. E, certamente, nunca
serviram.
Os números dos assaltos aos
cofres públicos são deveras estratosféricos. Inimagináveis. Muito além,
anos-luz, dos limites de nossa imaginação.
A falta de honestidade se
implantou em nosso país, justamente por aqueles que deviam dar o exemplo,
enquanto nossos mandatários.
Hoje, já não se sabe que
político é honesto. A gente quer apostar em um ou outro e, de repente, ele
aparece nos noticiários. E pior: na ponta, quem vai pagar a conta é a Nação
Brasileira.
Ah! Se a Nação Brasileira
tivesse em mente as palavras de William Henley, e delas fizesse prática: “O tempo passa / E ainda assim / Sem medo em
mim / Nada me assombra / Nem o vão tão fino / Nem o mau decreto que me empalma
/ Sou o senhor do meu destino / Sou o capitão de minha alma”.
Penso que seria por aí que
poderíamos ser outra nação. Respeitada por aqueles que desejam ser os nossos
timoneiros do futuro. Futuro que estimo próximo.
·
Figura Pública. Advogado de Empresas.
Empresário.
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