quinta-feira, 29 de março de 2018

JUSTIÇA PARA MARIELLE FRANCO





Passados 15 dias do brutal assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL/RJ) e do seu motorista, Anderson, a polícia ainda não revelou ao menos se tem algum suspeito pelo crime. 

O chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Rivaldo Barbosa, garante que as investigações não estão congeladas, avançaram, ma até agora nada de concreto foi passado à imprensa.
Apesar da mídia continuar falando bastante no caso, de manifestações diárias pedindo justiça, há um silêncio e um mistério em torno do assunto.
No mínimo os que investigam o crime estão sendo reticentes.
Em 2011, a juíza Patrícia Acioli foi assassinada também de forma bárbara e neste episódio não demorou muito para que fosse dada uma resposta à sociedade.
Foram presos seis policiais militares, inclusive um tenente coronel e os culpados foram julgados e condenados. 
Por que na morte da juíza os criminosos foram pegos dentro de tão pouco tempo e no caso de Marielle está essa morosidade toda?
O assassinato da vereadora repercutiu mais no Brasil e no exterior do que o da juíza, embora ambos tenham causado grande impacto - por se tratar de execução - e por mexer com pessoas públicas importantes que faziam denúncias envolvendo policiais. 
Existem, no entanto, algumas diferenças entre Marielle e Patrícia.
A primeira era negra, se criou numa favela, fez opção de viver com outra mulher e na Câmara Municipal lutava pelos pobres, os oprimidos, as minorias discriminadas, os que vivem nas favelas e são vítimas do sistema.
A segunda era mulher branca, de classe média, não defendia as mesmas causas da vereadora. A coincidência está apenas na denúncia de má conduta de representantes da PM, que ambas fizeram até tombar diante dos tiros.
Num país em que até ex-presidente da República agora é vítima de atentado, a população brasileira exige respostas, explicações, atitudes.
Embora não se possa esperar muito de um governo ilegítimo, construído através de conspirações e cooptações espúrias, crimes como o da vereadora do Rio de Janeiro precisam ser esclarecidos.
Se um assassinato de tanta repercussão não é esclarecido, o que esperar mais dos governos, da polícia, dos que devem assegurar a segurança dos brasileiros?
A vida de Marielle, infelizmente, não tem mais volta. Mas prender os bandidos que a mataram já é um alento, um consolo e um indicativo que outra marielles poderão ter uma vida plena, longa, sem possibilidade de serem abatidas na rua, covardemente, como num filme de faroeste caboclo.


Justiça para Marielle!

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