Representantes dos saberes e fazeres mais genuínos da cultura do
Estado, os Patrimônios Vivos de Pernambuco também marcarão presença expressiva
no 28º Festival de Inverno de Garanhuns. Ao todo, serão oito nomes que se
apresentarão em diferentes polos do evento, sendo eles Índia
Morena, Bacamarteiros do Cabo, Reisado Inhanhum, Homem da Meia-Noite,
Caboclinho 7 Flexas, Banda Curica e os Maestros Ademir Araújo e Duda.
Por se tratar de expressões artísticas de diferentes regiões do
Estado e cujas atividades, muitas vezes, estão associadas a períodos festivos
específicos, a participação dos Patrimônios Vivos no FIG é sempre uma oportunidade
imperdível de vivenciar em um só lugar mais um pouco da cultura que esses nomes
têm a oferecer para o público. “As pessoas reclamam muito que o Homem da Meia-Noite não
aparece, que é muito misterioso, mas tem algumas ocasiões em que ele surge e
essa é uma delas. O FIG é para matar um pouquinho da saudade, porque já faz
cinco meses desde a folia e ele só sai de novo no próximo Carnaval”,
comentou Luiz Adolfo, presidente do Homem da Meia-Noite, que irá encerrar a
programação do Palco de Cultura Popular, no sábado do
dia 28
de julho.
Na ocasião, o calunga mais famoso de Olinda desfilará pelo
centro de Garanhuns
acompanhado pela orquestra do Maestro Carlos e passistas da
Cia Brasil por Dança. Outra atração que também promoverá um cortejo no polo da
Cultura Popular serão os Bacamarteiros do Cabo, que se
apresentarão na quarta-feira, dia 26 de julho. “É um momento pra gente
divulgar o nosso trabalho e interagir com outros grupos presentes. Isso
enriquece o imaginário de todo mundo, principalmente dos brincantes”,
observa o capitão de Bacamarte, Ivan Marinho, ao adiantar que a coreografia
inclui a jornada de tiros, dividida entre o tiro individual, a girândola
(sequência de tiros) e o vira-cocho, acompanhada pela banda de pífanos
Camarçal.
Pela primeira vez no FIG como Patrimônio Vivo, o Reisado
Inhanhum, que recebeu o título em 2017, reforça a programação
do Palco de Cultura Popular trazendo novidades no sábado
(28). “Nunca tivemos figurino e, dessa vez, a gente vai estrear um
figurino na apresentação. Vamos levar também novos instrumentos, como a zabumba
e cabaças. O Reisado é composto basicamente por mulheres idosas e sempre houve
uma resistência para incluir crianças, mas, desta vez, também haverá crianças,
o que simboliza nossa preocupação com o repasse da tradição. Nossa organização
melhorou”, apontou Ana Lúcia Rodrigues, que é a atual presidente do
grupo. Segundo a brincante, o grupo busca resgatar todos os artifícios que já
possuiu e perdeu ao longo do tempo.
Trazendo à tona a luta das
mulheres negras em sua apresentação, o Reisado criado na comunidade quilombola
de Inhanhum conta com músicas, cantos e danças que celebram a história de Jesus
dos Santos Reis e é um exemplo do sincretismo e da diversidade religiosa que
sobe aos palcos do FIG. Tanto é que, no mesmo polo em que o grupo celebra a
tradição católica, também se apresenta o Caboclinho
7 Flexas trazendo um pouco da cultura da Jurema para o
Centro de Garanhuns, no sábado de 21 de julho.
PALCO INSTRUMENTAL
Dois dos grandes mestres do frevo também levarão suas orquestras para o Parque
Ruber van der Linden, onde fica o Palco Instrumental. Também conhecido como
Maestro Formiga, Ademir Araújo mostrará a
versatilidade musical dos seus mais de 50 anos de carreira na
terça-feira, 24 de julho. No mesmo dia, a Banda
Curica também se apresenta no polo misturando a tradição
secular da banda de estética militar, formada por mais cerca de 70 integrantes,
com a renovação do repertório proposto pelas novas gerações. Fechando a
programação de Patrimônios Vivos no Pau Pombo, o Maestro Duda deve
presentear o público com clássicos do frevo e composições autorais na
quinta-feira, dia 26 de julho.
PRAÇA DA PALAVRA
No dia 25
de julho (quarta-feira), será a vez de Índia
Morena compartilhar parte da memória do circo pernambucana.
A artista lançará o livro “Drama Circenses”, que resgata enredos e bastidores
de produções teatrais do gênero que dá título à publicação encenadas por
companhias pernambucanas. “A louca do jardim”, “O segredo do mordomo” e
“Lágrimas de Mãe” são algumas das obras resgatadas por Índia Morena, que
participará de um bate-papo com Jorge Clésio, na ocasião.
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