sábado, 21 de setembro de 2024

Com Marçal contido, 7º debate em SP tem mais propostas e menos ofensas

 

Foto: Divulgação


São Paulo — O sétimo debate entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo, promovido pelo SBT na manhã desta sexta-feira (20/9), foi marcado por uma mudança geral de postura dos concorrentes, em especial do influenciador Pablo Marçal (PRTB), que vinha sendo criticado pelos adversários pela conduta agressiva nos embates.

Foi o encontro em que os candidatos mais discutiram propostas para a cidade. Alguns candidatos, como Marçal e Guilherme Boulos (PSol), miraram o público feminino, de olho na audiência do SBT no horário do debate. O psolista falou sobre ações de enfrentamento à violência doméstica, enquanto o influenciador explorou supostos casos de agressões contra mulheres, para atacar indiretamente José Luiz Datena (PSDB) e Ricardo Nunes (MDB).

A mudança ocorreu na esteira da cadeirada dada por Datena em Marçal, no debate de domingo (15/9), na TV Cultura. O episódio repercutiu de forma negativa nas redes sociais. Na rodada de pesquisas desta semana, contudo, os candidatos oscilaram dentro das margens de erro, em um cenário de estagnação. Em alguns levantamentos, Marçal viu Nunes e Boulos abrirem vantagem na liderança.


O debate foi mediado pelo jornalista e apresentador de TV César Filho. Logo ao dar início ao programa, ele fez uma série de advertências aos candidatos e os proibiu de se dirigirem aos adversários com apelidos pejorativos — nos debates anteriores, eles trocaram uma série de ofensas entre si.

Marçal, em sua primeira interação, pediu perdão ao eleitor pelos episódios anteriores. “A partir de agora você vai ver alguém com postura de governante”, disse o candidato do PRTB, que fez propostas para educação, prometendo focar uma eventual gestão na criação de escolas olímpicas, com modalidades esportivas para os alunos.

Em mais de uma ocasião, Marçal relembrou denúncias de mulheres envolvendo Ricardo Nunes (MDB) e José Luiz Datena (PSDB) e chegou a dizer que ele era “um símbolo de agressão de alguém que não consegue debater ideia e vai pra cima”, mostrando a mão enfaixada após a cadeirada que levou de Datena. A mudança de postura de Marçal mira o eleitorado feminino, onde ele tem pouca adesão.

As mulheres, aliás, foram tema do debate desde o início. Primeiro a abrir a rodada de perguntas aos adversários, Boulos iniciou sua participação dizendo que “um dos grandes problemas na cidade de São Paulo é a violência contra mulher”, e questionou as propostas de Datena para o Programa Guardiã Maria da Penha, da Guarda Civil Metropolitana (GCM).

Ao responder, o tucano afirmou que vai aumentar as patrulhas da GCM. Datena, no entanto, cometeu um ato falho e, ao invés de dizer que condena a agressão às mulheres, afirmou que defende os agressores delas em seu programa de TV.

A violência contra as mulheres também pautou uma troca de perguntas entra Tabata Amaral (PSB) e Marçal. A candidata lembrou as notícias sobre um homem que tem assediado mulheres na zona leste da cidade e perguntou o que o influencer faria para combater os feminicídios e os estupros em São Paulo.

Marçal falou sobre cobrar os atuais governantes sobre o tema, e Tabata disse que vai investir em dar acolhimento e independência financeira às mulheres que são vítimas de violência psicológica. “E quando ela estiver ameaçada, patrulha Maria da Penha para ela não enfrentar isso sozinha”, disse a pessebista.

Em outro momento, Boulos voltou a mirar no público feminino que assistia ao debate e ressaltou as filas para exames ginecológicos.
“Eu tô preocupado com os próximos 4 anos e particularmente com você, mulher, mãe, que tá na fila da saúde. Nunca foi tão difícil conseguir um exame na cidade de São Paulo e a fila da ginecologia da saúde da mulher foi uma das que mais cresceu”, disse Boulos, ao responder uma pergunta de Marina Helena (Novo).

O debate do SBT desta sexta-feira foi o sétimo encontro entre os principais candidatos à Prefeitura de São Paulo. Participam Ricardo Nunes (MDB), Guilherme Boulos (PSol), Pablo Marçal (PRTB), Tabata Amaral (PSB), José Luiz Datena (PSDB) e Marina Helena (Novo). Em um dos debates, organizado pela revista Veja, Nunes, Boulos e Datena não compareceram.

Na última pesquisa Datafolha, divulgada nessa quinta-feira (19/9), Nunes aparece com 27% das intenções de voto, tecnicamente empatado com Guilherme Boulos, com 26%. Na sequência estão Pablo Marçal (19%), Tabata Amaral (8%), Datena (6%) e Marina Helena (3%).

Metrópoles.

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