segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Doenças sexualmente transmissíveis são alvo de alerta em Brasília

Jovens entre 20 e 34 anos são os mais atingidos. As estatísticas estão acima do considerado confortável pelas autoridades sanitárias


Elas são doenças silenciosas e que, quando não tratadas a tempo, podem causar graves consequências para a saúde da mulher e do homem. Algumas levam à morte. As doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) acometeram 29.231 pessoas na capital federal nos últimos seis anos. O dado, apesar de inédito, não revela grandes índices de expansão, mas a “estabilidade” dos casos preocupa, sobretudo as principais vítimas serem jovens entre 20 e 34 anos. Seis infecções se tornaram males crônicos com novos casos todos os anos. As estatísticas estão acima do considerado confortável pelas autoridades sanitárias e a atenção está voltada para o enfraquecimento das políticas de prevenção na rede pública.
No ano passado, 388 pessoas receberam o diagnóstico de Aids no DF. A sífilis é outra preocupação: houve um expressivo aumento de situações. Ao todo, 1.086 exames deram positivo para o mal (leia Alerta). Os dados, que o Correio antecipa com exclusividade, são do Boletim Epidemiológico Anual de Doenças Sexualmente Transmissíveis. As informações do documento serão divulgadas hoje à tarde pela Secretaria de Saúde. O panorama evidencia a necessidade de incorporar novas abordagens em educação e comunicação para estimular a prevenção.

Banalização Os números revelam um cenário com nuances assustadoras: 439 homens tiveram úlcera genital, 372 pessoas sofreram com cervicite (feridas anais),  863 com condiloma (verrugas genitais), entre outras enfermidades. Especialistas levantam teses sobre a incidência das DSTs. Alguns apostam numa “banalização” das doenças por causa do acesso e da eficácia dos tratamentos. Outros destacam que, na década de 1980, esses males apareciam em estágios avançados e o medo da morte era combustível para a precaução. Estudiosos mais pessimistas temem até uma nova pandemia.

 

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