O ano passado terminou com alguns políticos
vaticinando que 2017 daria saudade de 2016. Boa parte deles fazia tal análise,
em perspectiva, de olho nos próximos passos da Lava Jato, nas delações da
Odebrecht e na possibilidade de o ex-presidente da Câmara Federal, Eduardo
Cunha, também delatar. E mal 2017 começou, deu-se o imponderável envolvendo,
exatamente, a Lava Jato. Foi às vésperas da homologação da delação premiada dos
77 executivos da Odebrecht. O ministro relator da Lava Jato, Teori Zavascki,
estava mesmo a bordo do avião que caiu no mar de Paraty, no Rio de Janeiro. O
filho dele confirmou a informação, quando muitos ainda resistiam e se negavam a
acreditar. O ministro interrompera as férias para analisar a delação dos
executivos da Odebrecht e já havia determinado o início das audiências com os
depoentes. Não se trata de um processo comum, mas daquele que vem pautando as
discussões no País, numa espécie de divisor de águas, o qual levou empresários
e políticos à prisão. Independente de haver redistribuição do processo no STF,
quem assumir o caso, daqui para frente, precisará, naturalmente, de um tempo de
aclimatação. Ainda que não, necessariamente, haja descontinuidade grave ou
paralisia da Lava Jato, algum atraso já é visto como consequência primeira da
tragédia de ontem. O revés para a Lava Jato veio em momento de expectativa em
torno daquela que ficou conhecida como "delação do fim do mundo"
antes mesmo que ela fosse homologada. A conferir.
Por: Renata Bezerra de Melo
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