O governador Paulo Câmara afirmou, na tarde desta
quinta-feira (19), concordar com a concessão
de férias ao chefe da Polícia Civil, Antônio Barros, mesmo com a
portaria que suspende o período de descanso dos profissionais das polícias
Civil, Militar e Científica. Segundo ele, as férias foram autorizadas pelo
secretário de Defesa Social, Angelo Gioia, e, por isso, a decisão não foi
questionada.
"As férias foram autorizadas pelo secretário de
Defesa Social, que tem a responsabilidade de garantir e buscar a segurança do
nosso estado. Se ele concedeu as férias, é porque ele tem a total compreensão
de que isso é possível e, evidentemente, tem a minha concordância, já que foi
uma decisão tomada por ele", frisou Câmara após a posse dos secretários de
Desenvolvimento Econômico, Desenvolvimento Social, Criança e Juventude e
Habitação, no Palácio do Campo das Princesas, sede do governo estadual.
Na portaria em que foram suspensos os períodos de
descanso remunerado dos profissionais, emitida em 21 de dezembro de 2016, o
gozo de férias já programadas foi autorizado a partir de 2 de março de 2017. No
entanto, as férias do chefe da Polícia Civil foram anunciadas através de
publicação no Diário Oficial da terça (17). O ato número 197 da edição autoriza
a substituição sem mencionar o nome de Antônio Barros, mas informa que Joselito
Kherle do Amaral ficará no lugar do chefe da Polícia Civil, "durante a
ausência do seu titular, em gozo de férias regulamentares".
De acordo com a Polícia Civil, os períodos de descanso
do chefe da Polícia Civil e de outros profissionais da entidade seriam
autorizados desde que não trouxessem qualquer prejuízo ao serviço. As funções
do delegado Antônio Barros foram interinamente assumidas pelo delegado Joselito
Amaral até o dia 5 de fevereiro. Procurada pelo G1, a Secretaria de Defesa Social (SDS) informou
que o único posicionamento a respeito do caso seria o que já foi emitido pela
Polícia Civil.
A medida gerou críticas do Sindicato dos Policiais Civis
do estado (Sinpol). Para o presidente, Áureo Cysneiros, combater a onda de
violência que assombra o estado é dever de todos os integrantes da polícia e
não de apenas alguns, conforme declarado em entrevista ao G1 na manhã desta quinta (19).
Na quarta (18), policiais militares e bombeiros fizeram
uma caminhada na Avenida Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, para 'enterrar'
o programa Pacto pela Vida na praia e reivindicar melhores
condições de trabalho. Segundo Câmara, o governo tem dialogado com os comandos
das duas categorias para atender às reivindicações dos profissionais.
"Estamos trabalhando com muita transparência, mostrando efetivamente os
desafios. Isso está sendo feito com muito diálogo, como tínhamos
combinado", assegura. Segundo ele, os resultados das negociações devem ser
apresentados no próximo mês de fevereiro.
Promessa
de tarifa a R$ 2,15 era 'exemplo'
Ainda após a posse de
novos secretários estaduais, Paulo Câmara mencionou que ainda há um compromisso
de criar um bilhete único no preço do anel A, mas o valor de R$ 2,15 prometido
durante a sua campanha foi ilustrativo. "Os R$ 2,15 eram um exemplo na
época da campanha, onde todas as passagens seriam unificadas por esse
valor", explica.
De acordo com o titular do governo estadual, não há
subsídios para implantar o bilhete único no período atual. "A gente espera
que em breve a situação econômica melhore para subsidiar mais o transporte
público. O que a gente tem procurado é manter conquistas como o passe livre
para estudantes de escolas públicas", pontuou. Câmara mencionou, ainda,
que o governo espera ter condições de implantar o bilhete único até o fim de 2018.
Ao longo da semana, a população realizou
protestos contra o aumento da passagem de
ônibus no Grande Recife. Na terça (17), os participantes do ato, feito no
centro do Recife, criticaram
o descumprimento da proposta de campanha de Câmara referente
à tarifa única no valor de R$ 2,15. No dia 13 de janeiro, as tarifas passaram
por reajuste de 14,26% e passaram a custar R$ 3,20 (anel A)
e R$ 4,40 (anel B).
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