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Givaldo
Calado de Freitas
Sábado,
à noite, na Rua do Cajueiro. Rua em que morei quando criança. Antes, todavia,
morei na Praça Dom Pedro II. Rua e praça da minha infância. Infância das minhas
primeiras letras na Escola de Dona Dulcina Galvão, na Avenida Santo Antônio.
Infância na Escola de Dona Geraldina Miranda, na Rua do Recife, hoje Rua José
Mariano. Rua em que depois vim a morar, antes da mudança definitiva de meus
pais para a Rua Dantas Barreto.
Gostei
muito de ter me reencontrado e me confraternizado com muitos amigos e parentes,
lá, na Rua do Cajueiro. Anualmente, seus moradores promovem com muito carinho
esses reencontros e, neles, vivem momentos de grande confraternização, como que
saudando um passado que se fora, todavia, mantendo a amizade, a estima e o
respeito a todos seus antigos e atuais moradores.
Na
Rua do Cajueiro, morávamos na casa 161. O mesmo número que haveria de nos
receber na Rua do Recife e, mais tarde e, em definitivo, na Rua Dantas Barreto,
161.
Abracei
e conversei com tantos e tantas, como os amigos Paulo, Marcus e Expedito. Que
nos contaram tantas histórias. Estas, vividas, em comum, pelos moradores da Rua
do Cajueiro dos meus verdes anos.
Uma
lembrança, todavia, não me saia da mente: a do meu avô. Que naquela rua viveu
até partir. Lembrança da sua amizade e doçura para com todos e, em articular,
com seus netos. Dele, lembra-me de sua imponência, embora humilde. Da sua
beleza, embora sóbria. Dos seus encantos, embora sérios. De seus afagos. Embora
discretos.
Na
Rua Dantas Barreto, nossa morada definitiva, ele ia todos os dias ou quase
todos os dias nos visitar. A nós, seus netos e a nossa mãe. E, nós a esperá-lo,
porque sabíamos que, com ele, estaríamos a receber um outro pai, todavia sem
exigências. Já que não mais tínhamos outra mãe, a nossa avó.
Só
mais tarde, muito mais tarde, eu encontrei a definição correta para meu avô.
Humberto de Campos, citando Lauro Muller: “Avô - pai, sem exigências / Avó -
mãe com açúcar”.
Tenho
muita saudade de meu avô. Dele, guardo sua foto ao lado de minha avó, em
exibição em uma das paredes de minha residência. E a todos a apresento com
muito orgulho. “São meus avós!” - digo sempre. E volto, um pouco, aos meus bons
tempos.
Hora
já avançada, tivemos que deixar os amigos, e partirmos, eu e Emília, à Igreja
de Nossa Senhora do Perpétuo do Socorro, para onde voltaremos, amanhã - Missa e
Procissão, em reverência à Nossa Senhora.
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Figura pública. Empresário.
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