Por Junior Almeida
Continua a repercutir, especialmente nas redes sociais, o suposto caso debullying ocorrido na última quinta feira (1) na Escola de Referência Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, em Capoeiras. Até a postagem dessa matéria, apenas um vídeo no Facebook já passava de 3,2 milhões visualizações, aproximadamente 43 mil compartilhamentos, milhares de curtidas e comentários.
O blog conversou com algumas pessoas ligadas à escola tentando entender melhor o caso. Pelo que apuramos, algumas meninas simularam um interesse afetivo por um adolescente, o menino que aparece na filmagem acuado em um corredor do educandário, sendo esse suposto flerte uma tirada de onda. A brincadeira de mau gosto foi filmada e compartilhada nos grupos de WhatsApp, e o que era para ficar só entre os estudantes rapidamente bombou nas redes.
Em pouco tempo o vídeo migrou do zap para o Face e foi aí que o caso ganhou proporções inimagináveis para os padrões da cidade. Segundo nossa fonte, a direção da EREM só tomou conhecimento do que tinha acontecido na escola, por volta das 22 horas quando a filmagem já repercutia na internet.
AMEAÇAS
Com a postagem viralizada na net, algumas pessoas resolveram defender a suposta vítima de bullying fazendo igual ou pior do que os imaturos estudantes, responsáveis pela brincadeira sem graça: passaram a postar ofensas e ameaças às jovens. Teve gente que mandou áudios para as meninas as ameaçando de morte. Segundo um funcionário da escola, os pais das meninas foram com elas até a delegacia local onde prestaram queixa pelas supostas ameaças. Ainda conta o profissional de educação, que a direção do educandário, GRE e Secretaria de Educação do Estado, estão dando todo suporte jurídico e psicológico aos alunos e suas famílias, pois entende que "assim como o jovem se sentiu acuado com a brincadeira, agora as meninas estão com medo devido a enorme repercussão do caso e as ameaças que vêm sofrendo".
RACISMO
Na sexta feira (2) alguns alunos e moradores de Capoeiras saíram pelas ruas da cidade em protesto pelo que tinha acontecido na Perpétuo Socorro. A multidão finalizou a caminhada em frente à escola, onde gritavam pedindo justiça. Dois fatos no mínimo curiosos nessa manifestação: o primeiro é que algumas crianças/adolescentes que aparecem no vídeo rindo do garoto também foram protestar a favor dele, dando a entender que não tinham a mínima noção do que estava acontecendo (caso de bullying e motivo do protesto), e o segundo caso é que entre os cartazes com palavras de ordem havia um com a frase de uma música do paraibano Chico César “alma não tem cor”.
Funcionários da escola que apuram o caso negam veementemente que tenha havido um caso de racismo na EREM. Ainda segundo esse profissional, o que os funcionários deduzem é que por conta dessa frase, um determinado órgão de imprensa supôs que os alunos protestavam contra o racismo, divulgando essa versão, que conta, fato que não aconteceu de maneira nenhuma.
A direção da escola disse que está apurando tudo minuciosamente, ouvindo todos os alunos envolvidos, seus pais, professores e coordenadores de disciplina, e prometeu que ainda essa semana vai divulgar nota de esclarecimento, provavelmente em conjunto com a GRE e Secretaria do Estado, sobre o delicado fato.
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