A candidata da
Rede Sustentabilidade à Presidência da República, Marina Silva, defendeu nesta
segunda-feira, 6, unificar cinco impostos do sistema tributário brasileiro em
apenas um, chamado por ela de Imposto sobre Bens e Serviços (IBS). Esse novo
tributo englobaria os atuais PIS, COFINS, IPI, ICMS e ISS.
"Igualmente
imperativo é promover a reforma tributária, para criar um ambiente de negócios
favorável no país. Pretendemos implantar o IBS (Imposto sobre Bens e Serviços),
reunindo cinco tributos: PIS, COFINS, IPI, ICMS e ISS", defendeu. A defesa
foi feita no evento da Coalizão pela Construção, grupo formado por 26 entidades
da indústria da construção. O encontro denominado O Futuro do Brasil na Visão
dos Presidenciáveis 2018 é organizado pela Câmara Brasileira da Indústria da
Construção (CBIC) e tem objetivo de "conhecer as ideias e as propostas dos
presidenciáveis para o Brasil e para a recuperação do setor".
Marina disse que
"neutralidade" na tributação é fundamental para acabar com a guerra
fiscal no País. Segundo a candidata, esse problema afeta principalmente
municípios e empreendedores. "(Precisamos dosar de forma adequada para
eliminar privilégios e atual regressividade que condena os mais pobres a
pagarem mais impostos", complementou.
A candidata
aproveitou o assunto para emendar que é "incontornável" reformar a
Previdência. "O Brasil é ainda um país demograficamente jovem, mas com
gastos previdenciários de países demograficamente maduros. A eficiência na
gestão do orçamento, dirigindo os recursos para as reais prioridades da
população, nos possibilitará fazer mais com menos. Esse é o caminho para,
associado à queda dos juros básicos, promover um ajuste fiscal que permita que
a trajetória dívida/PIB se estabilize".
MCMV
Marina abordou em
seu discurso a questão do Minha Casa Minha Vida. Segundo a candidata, um
"setor de construção saudável, próspero e sustentável é condição
necessária para um novo ciclo de prosperidade no Brasil". "Sanar o
déficit de moradia digna, aperfeiçoando o programa Minha Casa, Minha Vida, é
uma dívida que o país tem a pagar com seus cidadãos", afirmou sem se
debruçar sobre medidas efetivas que podem ser utilizadas para voltar a
alavancar o programa na faixa destinada aos mais pobres. "Urge combater os
guetos de pobreza com moradias sustentáveis, em bairros com
infraestrutura", disse.
A candidata da
Rede Sustentabilidade falou ainda sobre o déficit primário. Ela defendeu
limitar o crescimento do gasto público à metade do aumento do PIB. "Não
será possível restaurar as funções do Estado sem reformá-la. Temos diante de
nós o desafio primário de controlar o gasto público, limitando seu crescimento
à metade do aumento do PIB", afirmou.
Marina alertou que
o setor de construção civil não pode cair no "conto do vigário" da
"saída antidemocrática". "Discursos extremistas que prometem
saídas fáceis para uma crise complexa crescem na sociedade brasileira,
alimentando-se de nossa insegurança e de nossa revolta. Já vimos esse filme
antes e sabemos como ele acaba", disse.
Ajuste
fiscal
A candidata disse
também que o ajuste fiscal necessário para a retomada dos investimentos será
feito sem comprometer áreas fundamentais, como saúde e educação. Mas, afirmou,
o ajuste será necessário para que o País retome os investimentos e entre num
ciclo sustentável de crescimento, saindo do chamado "voo de galinha".
fonte: Estadão
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