Por Edmar Lyra
No primeiro mandato como deputada federal, Marília Arraes foi candidata a prefeita do Recife em 2020, ficando em segundo lugar na disputa vencida pelo seu primo João Campos. Naquela ocasião, a petista chegou a liderar os levantamentos do segundo turno, mas acabou derrotada por uma diferença de cerca de 100 mil votos para o sentimento anti-PT que permeava na capital pernambucana.
Em 2022, assim como também foi em 2018, Marília Arraes se vê novamente no centro das atenções. Até então postulante ao Senado na vaga do PT da Frente Popular, Marília percebeu uma predileção do seu partido pelo seu colega de bancada Carlos Veras, e questionou a legenda qual seria o critério adotado para a escolha de Veras em detrimento do seu nome.
Em que pese as restrições de ordem pessoal de alguns integrantes do PSB, seu antigo partido, o que tem pesado para a sua não indicação é a força que o senador Humberto Costa possui no PT pernambucano. Por razões óbvias, Humberto não tem interesse que Marília seja sua colega no Senado, uma vez que poderia ofuscar a liderança dele no âmbito nacional e sobretudo internamente no PT.
Se em 2018, Marília aceitou de forma passiva a sua retirada da disputa majoritária, ao que tudo indica ela não repetirá a dose em 2022, e tem aberto diversas frentes de diálogo com partidos de esquerda, centro-esquerda e centro, a exemplo do PSOL, PDT, MDB, Cidadania e Solidariedade. Todos, de alguma maneira, consideraram a hipótese de recebê-la em seus quadros tanto para disputar a reeleição na condição de puxadora de votos, quanto nas opções majoritárias do governo e do Senado. Se porventura confirmar a saída do PT, Marília Arraes produz o fato mais novo da eleição deste ano que pode ter desdobramentos devastadores e inexoráveis no resultado final de outubro, tornando-se, portanto, a noiva mais cobiçada desta eleição
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