Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
Por Edmar Lyra
Eleito em 2022 após doze anos de ter deixado a presidência da República,
o presidente Lula não vive um bom momento ocupando pela terceira vez o Palácio
do Planalto. Diferentemente das duas primeiras ocasiões em que elegeu-se com
mais de 60% dos votos válidos no segundo turno, no pleito passado, Lula
derrotou o então presidente Jair Bolsonaro por uma diferença ínfima, ficando
com 50,9% dos votos válidos, encontrando a partir de 2023 um país dividido.
Se entre 2003 e 2010, Lula tinha um diálogo tranquilo com o Congresso
Nacional, o mesmo não se pode observar agora, uma vez que em doze anos o
poderio dos senadores e deputados federais aumentou significativamente, ficando
cada vez menos dependentes do executivo como antigamente, o que faz com que o
presidente da Câmara, Arthur Lira, seja mais rígido com as demandas do
Planalto.
Outro advento é o de que nos dois primeiros mandatos de Lula, não havia
a internet como existe hoje, com grande engajamento das redes sociais de um
eleitorado cada vez mais crítico e mais hostil ao governo, ainda que o Planalto
tenha boa relação com a mídia tradicional. Todos esses fatores têm criado uma
atmosfera desfavorável ao presidente Lula, que tem ainda como fortes
adversários o bolsonarismo e seus discípulos, ambiente contrastante ao mamão
com açúcar da oposição de mentirinha que fazia o PSDB.
Portanto, será um desafio imenso para Lula recuperar a popularidade e
chegar em 2026 eleitoralmente fortalecido na condição de pule de dez para a
reeleição, havendo um longo caminho a ser percorrido para garantir dezesseis
anos à frente do Palácio do Planalto.
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