segunda-feira, 27 de maio de 2024

Os adversários de Lula

 

Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

Por Edmar Lyra

Eleito em 2022 após doze anos de ter deixado a presidência da República, o presidente Lula não vive um bom momento ocupando pela terceira vez o Palácio do Planalto. Diferentemente das duas primeiras ocasiões em que elegeu-se com mais de 60% dos votos válidos no segundo turno, no pleito passado, Lula derrotou o então presidente Jair Bolsonaro por uma diferença ínfima, ficando com 50,9% dos votos válidos, encontrando a partir de 2023 um país dividido.

Se entre 2003 e 2010, Lula tinha um diálogo tranquilo com o Congresso Nacional, o mesmo não se pode observar agora, uma vez que em doze anos o poderio dos senadores e deputados federais aumentou significativamente, ficando cada vez menos dependentes do executivo como antigamente, o que faz com que o presidente da Câmara, Arthur Lira, seja mais rígido com as demandas do Planalto.

Outro advento é o de que nos dois primeiros mandatos de Lula, não havia a internet como existe hoje, com grande engajamento das redes sociais de um eleitorado cada vez mais crítico e mais hostil ao governo, ainda que o Planalto tenha boa relação com a mídia tradicional. Todos esses fatores têm criado uma atmosfera desfavorável ao presidente Lula, que tem ainda como fortes adversários o bolsonarismo e seus discípulos, ambiente contrastante ao mamão com açúcar da oposição de mentirinha que fazia o PSDB.

Portanto, será um desafio imenso para Lula recuperar a popularidade e chegar em 2026 eleitoralmente fortalecido na condição de pule de dez para a reeleição, havendo um longo caminho a ser percorrido para garantir dezesseis anos à frente do Palácio do Planalto.

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