terça-feira, 21 de maio de 2024

Oposição pede demissão de secretária de Saúde ao Governo do Estado

Deputados do PSB veem continuidade de Zilda Cavalcanti no cargo como "insustentável"

Por: Guilherme Anjos



Zilda Cavalcanti, secretária de Saúde de Pernambuco (Rômulo Chico/Esp DP Foto)

Deputados do Partido Socialista Brasileiro (PSB) cobraram a governadora Raquel Lyra (PSDB) nesta terça-feira (21) pela demissão da atual equipe da Secretaria de Saúde do Estado, incluindo da secretária Zilda Cavalcanti. O Governo de Pernambuco não se pronunciou sobre o assunto até o fechamento desta matéria.

Segundo os parlamentares da oposição, em comunicado conjunto, o apelo é motivado pela falta de planejamento da gestão estadual e redução dos investimentos que teriam acarretado uma crise no setor, além da “situação crítica nas unidades pediátricas”. Para os políticos, a continuidade dos trabalhos da equipe é “insustentável e coloca em risco a vida da população”.

“É uma completa falta de capacidade para gerir a saúde pública do nosso estado. A população pernambucana está pagando o preço da má gestão e negligência. Exigimos que a governadora tome uma atitude imediata, antes que mais tragédias aconteçam", afirma texto assinado pelos deputados Diogo Moraes, Rodrigo Farias, Sileno Guedes e Waldemar Borges.

O repúdio do partido se baseia em reportagem da TV Globo veiculada na última quinta-feira (16), que revelou, com dados do Portal da Transparência, uma redução de R$ 1,2 bilhão nos investimentos em assistência hospitalar e ambulatorial no primeiro ano da gestão de Raquel Lyra - uma queda de 15% em relação ao ano anterior.

O corte de verbas para a saúde pública foi o primeiro em 16 anos, o menor investimento no setor na última década, e teria afetado diretamente os hospitais da Restauração (HR), Getúlio Vargas e o Barão de Lucena, agravando o cenário de superlotação e falta de insumos básicos.

O posicionamento dos deputados também se apoia em nota do Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe) que criticou a falta de preparo do governo estadual para lidar com a sazonalidade das doenças respiratórias, e cobrou soluções imediatas. "A rede estadual de saúde precisa se precaver com mais leitos de UTI pediátricos, melhor distribuição de medicamentos e recursos médicos suficientes para evitar futuras tragédias", disse a entidade em pronunciamento.

"Este ciclo de despreparo e resposta tardia por parte da Secretaria de Saúde Estadual não apenas aumenta o sofrimento de nossas comunidades, mas também demonstra uma falha sistêmica que necessita de correção imediata. O Simepe converge forças neste apelo por mudanças significativas, práticas e rápidas. As crianças e suas famílias têm direito de usufruir de um sistema de saúde que se antecipe aos desafios e proteja suas vidas com eficácia", continuou o Simepe.

Ação judicial

O Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe) chegou a mover ação judicial contra a gestão estadual para assegurar medidas mínimas para o funcionamento do Hospital Barão de Lucena, maior emergência pediátrica do Estado.

A unidade sofre interdição do Cremepe desde o dia 18 de janeiro devido a falta de insumos básicos e condições mínimas de trabalho para os profissionais médicos atenderem a crescente demanda de crianças, especialmente em período de alta incidência de doenças respiratórias.

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