quinta-feira, 29 de agosto de 2024

Fraude na saúde: polícia revela mais detalhes de desvio de 500 mil pares de luvas na pandemia

Operação Escamotagem II cumpriu 13 mandados de busca e apreensão, nesta quinta (29), e bloqueou R$ 500 mil nas contas de envolvidos

Por: Aimé Kyrillos


O Delegado Breno Maia revelou mais detalhes do crime na manhã desta quinta (29), no Auditório da Polícia Civil de Pernambuco (Foto: Priscilla Melo/DP foto)

O esquema investigado pela Operação Escamotagem II, deflagrada nesta quinta (29), descobriu mais detalhes sobre uma fraude na saúde envolvendo o desvio de 500 mil pares de luvas médicas durante a pandemia de Covid-19.

A Polícia Civil informou que cumpriu 13 mandados de busca e apreensão, nesta segunda fase da Operação de Repressão Qualificada, sendo 11 contra pessoas físicas e dois contra empresas.

Além disso, a corporação revelou que o esquema envolvia distribuidores de insumos médicos e um hospital da rede particular do Recife, que não tiveram os nomes divulgados.

Na ação desta quinta (29), uma pessoa foi presa em flagrante por causa de porte de munição.

A polícia disse que essa captura não tem relação direta com o esquema de fraude na saúde.

A Escamotagem II é a continuação da investigação que começou em abril de 2022. Na época, houve investigação de seis funcionários públicos da saúde, sendo três efetivos e três comissionados.

Na nova etapa, não houve apuração envolvendo servidores. Além dos mandados de busca, a polícia civil solicitou um à justiça, um bloqueio de R$ 500 mil dos integrantes do grupo.

A operação foi realizada no Recife, Paudalho,Zona da Mata, Pesqueira, no Agreste, e São José da Coroa Grande, no Litoral Sul. Foram apreendidos celulares, documentos e um carro de luxo, além de um cofre e dinheiro.

Como era o esquema

Segundo a polícia, o esquema funcionava da seguinte maneira. Servidores da secretaria estadual de Saúde faziam pedidos de entrega de luvas pelo sistema informatizado, sem consentimento do Estado.

Essas solicitações seriam, a princípio, para determinados hospitais, mas esse material nunca chegava a essas unidades.

Com a liberação das luvas, um motorista pegava na central de distribuição e deixava nas empresas que compravam o material, sem nota fiscal, e mais barato do que no mercado.

Na época da pandemia, insumos eram difíceis de comprar por causa da alta demanda e com isso, os preços variavam muito.

O esquema foi denunciado para a Polícia Civil pela própria secretaria estadual de Saúde, que desconfiou da quantidade de luvas pedidas. Ainda conforme a polícia, as investigações serão mantidas.

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