terça-feira, 27 de agosto de 2024

Pablo Marçal vira alvo de todos os adversários e do próprio TSE

 

                                       Foto: Gabriel Silva

Por Edmar Lyra

A corrida pela Prefeitura de São Paulo tem se tornado cada vez mais acirrada, com novos episódios que acentuam a polarização entre os candidatos. O crescimento de Pablo Marçal (PRTB), que nas últimas pesquisas Datafolha atingiu 21% das intenções de voto, empatando com Guilherme Boulos (PSOL) e o atual prefeito Ricardo Nunes (MDB), despertou reações intensas tanto entre seus concorrentes quanto no eleitorado.

Tabata Amaral (PSB), que aparece com menor força nas pesquisas, decidiu adotar uma estratégia agressiva para se destacar. Em um novo vídeo publicado em suas redes sociais, a candidata ameaça fazer um “exposed” de Marçal no debate do próximo domingo, 1º de setembro, promovido pela TV Gazeta e MyNews. Tabata questiona a origem dos recursos que têm financiado a campanha de Marçal e sugere uma possível ligação do ex-coach com o crime organizado. Ela ainda afirma que “já identificou” como Marçal conseguiu um crescimento tão rápido em seguidores nas redes sociais, insinuando práticas suspeitas. Em tom desafiador, Tabata conclui: “Não foge que vai ser pior”, referindo-se ao debate.

Essa postura combativa de Tabata reflete a urgência em se posicionar frente a um adversário que, apesar de não contar com tempo de propaganda eleitoral gratuita na televisão, tem crescido de forma expressiva, especialmente nas redes sociais. A estratégia de confrontação direta visa não apenas enfraquecer Marçal, mas também atrair atenção midiática e eleitores que ainda não se decidiram.

Enquanto isso, Ricardo Nunes, que luta para se manter competitivo em meio à ascensão de Marçal, aposta suas fichas no início do horário eleitoral gratuito, que começa em 30 de agosto. Com o maior tempo de propaganda entre todos os candidatos – 6 minutos e 30 segundos diários na televisão – Nunes planeja uma campanha robusta, marcada pela associação com o ex-presidente Jair Bolsonaro. A visita ao Ceagesp ao lado de Bolsonaro, ainda sem data definida, é parte dessa estratégia para fortalecer seu apoio entre o eleitorado conservador, que pode ser crucial na reta final da campanha.

Entretanto, a candidatura de Marçal enfrenta um desafio significativo fora do campo eleitoral. A ministra Cármen Lúcia, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), está analisando uma ação que pode comprometer a legitimidade de sua candidatura. Aldinea Fidelix, viúva de Levy Fidelix, ex-líder do PRTB, contesta a condução do partido por Leonardo Avalanche, atual presidente, alegando que ele descumpriu acordos internos. Se a ministra acatar o pedido de Aldinea, isso pode resultar na anulação da candidatura de Marçal, o que mudaria drasticamente o cenário eleitoral.

Com o debate iminente e o possível “exposed” de Tabata, além da incerteza jurídica envolvendo Marçal, a campanha em São Paulo se encaminha para uma fase decisiva, onde cada movimento pode definir o resultado final. A disputa não é apenas entre propostas, mas também uma batalha pela narrativa dominante, onde a credibilidade, a exposição midiática e a capacidade de manejar crises determinarão quem se sairá vitorioso. O eleitorado paulistano, por sua vez, assiste a essa escalada de tensões, ciente de que o futuro da cidade está em jogo.

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