Por Edmar Lyra
A corrida pela Prefeitura de São Paulo se tornou um dos mais acirrados e imprevisíveis embates eleitorais do país, com três candidatos tecnicamente empatados nas intenções de voto. Segundo a pesquisa Real Time Big Data, divulgada em 2 de setembro, Pablo Marçal (PRTB), Guilherme Boulos (PSOL) e o atual prefeito Ricardo Nunes (MDB) estão com 21%, 20% e 20%, respectivamente. Com uma margem de erro de três pontos percentuais, qualquer um dos três pode estar na liderança ou mesmo fora do segundo turno.
Essa disputa se destaca não apenas pela polarização evidente, mas também pela ascensão de Pablo Marçal, que emerge como o maior fenômeno eleitoral desta campanha. Seu desempenho surpreendente, à frente de nomes tradicionais como Boulos e Nunes, reflete a insatisfação de parte do eleitorado com as alternativas mais convencionais. Marçal, com seu discurso populista e capacidade de mobilização digital, tem conseguido captar o sentimento de mudança entre os paulistanos, se firmando como um candidato competitivo e disruptivo.
Por outro lado, Ricardo Nunes, que herdou a máquina pública de Bruno Covas, ainda luta para consolidar sua posição. Apesar de deter a máquina administrativa e contar com o apoio do União Brasil, a sua margem apertada demonstra que a continuidade de sua gestão não está garantida, especialmente em uma eleição onde os eleitores parecem sedentos por renovação. A força da máquina, no entanto, não pode ser subestimada, e Nunes pode usar essa vantagem para alavancar sua campanha na reta final.
Guilherme Boulos, que há tempos figura como uma figura de oposição popular, enfrenta um desafio inesperado: a possibilidade real de ficar de fora do segundo turno. Com a polarização crescente e a força de Nunes e Marçal, Boulos corre o risco de ser prejudicado pela divisão do eleitorado de esquerda e centro-esquerda. Isso é particularmente evidente nos cenários de segundo turno, onde Boulos aparece tecnicamente empatado com Marçal, mas em desvantagem significativa contra Nunes.
No segundo pelotão, Tabata Amaral (PSB) e José Luiz Datena (PSDB) lutam para se destacar, com 9% e 8%, respectivamente. Ambos podem ainda se beneficiar de um eventual esvaziamento dos líderes, mas precisarão de um desempenho extraordinário para se aproximar do trio principal. Marina Helena (Novo), com 3%, também mantém alguma esperança, mas é improvável que consiga se firmar como uma ameaça real aos líderes.
Com a reta final se aproximando, a disputa pela Prefeitura de São Paulo promete ser uma batalha intensa, onde o uso estratégico da máquina pública por Nunes e o fenômeno Marçal podem redefinir o cenário político da maior cidade do país, possivelmente deixando Guilherme Boulos, uma das figuras mais carismáticas da esquerda, fora do segundo turno.
O instituto Real Time Big Data divulgou nesta terça-feira (03/09) uma nova pesquisa com números da disputa pela Prefeitura de São Paulo.
O levantamento aponta que o autodenominado ex-coach Pablo Marçal está numericamente na liderança, com 21% da preferência, empatado tecnicamente com o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), e o deputado federal Guilherme Boulos (PSol), com 20% cada.
No levantamento anterior do Real Time Big Data, em 2 de julho, Nunes e Boulos tinham 29% e Marçal, 14%.
A margem de erro da pesquisa é de três pontos percentuais, para mais ou para menos.
Em seguida vêm Tabata Amaral (PSB), com 9%; José Luiz Datena (PSDB), com 8%; e Marina Helena (Novo), com 1%. OS candidatos Altino Prazeres (PSTU), Bebeto Haddad (DC), João Pimenta (PCO) e Ricardo Senese (UP) somaram 1%.
Metrópoles.
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