sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

Professor de Colégio Militar defende instituição após denúncias de assédio



Alunos e professores do Colégio Militar de Brasília (CMB) saíram em defesa da instituição após uma página no Facebook com relatos de humilhações, racismo e assédio dentro dos colégios militares repercutir na internet. 


Ao Correio, o professor de artes, Fernando Lopes, conta como é a experiência de lecionar na escola. Ele trabalha na instituição há um ano e teve contato com todos os estudantes da terceira série do ensino médio. “O colégio é um quartel, mas também uma espécie de oásis dentro da realidade escolar que se vive no Brasil atualmente, com ocupações e conflitos dentro das escolas. Ali é um ambiente onde realmente se estuda e a maior parte dos alunos valoriza isso”, relata. O professor conta que ministrou aulas sobre diversos assuntos, inclusive, temas socialmente sensíveis e polêmicos, como a legalização das drogas e do aborto, e homossexualidade. De acordo com Lopes, em suas aulas, nunca houve censura ou repressão, mas ele não garante que não tenha acontecido com outros professores ou em outras gestões. “Eu já vi depoimentos de professores antigos criticando o autoritarismo, mas acredito que aconteceu em outro momento do Colégio Militar”, diz.

O professor de artes ressalta ainda que existe uma iniciativa do Colégio Militar de modernizar o método de ensino, centrado no aprendizado e mais focado nas habilidades e competências do aluno. “Como professor de artes, na minha disciplina tive ampla liberdade para ministrar meu conteúdo e dando oportunidade para os alunos expressarem suas opiniões”, ressalta. “Todas as minhas experiências e as dos meus alunos nesse sentido foram positivas e construtivas”, finaliza.A página com denúncias de assédio, racismo e até estupro começou a ganhar notoriedade na terça-feira, (26/12). Em três dias o perfil nomeado “No meu colégio militar” recebeu mais de 7 mil curtidas. Em nota, o Exército afirma que tomou conhecimento da publicação e que "não compactua com qualquer tipo de irregularidade praticada no seu meio, repudiando veementemente fatos desabonadores da ética e da moral que devam estar presentes na conduta de todos os seus integrantes”.


O Colégio Militar de Brasília funciona desde 1979 e tem atualmente mais de 3 mil alunos matriculados nos ensinos fundamental e médio. A escola está entre as mais bem avaliadas da capital. No último Exame Nacional do Ensino Médio, o CMB figurou na 17ª colocação no ranking das melhores escolas do Distrito Federal.

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