terça-feira, 27 de dezembro de 2016

Trocas no primeiro escalão marcam a metade inicial do governo Rollemberg

Nem metade dos escolhidos no início do mandato continuaram no cargo; governador avalia possível reforma nas secretarias em 2017

Dos 25 secretários e servidores que participaram da foto da posse em 1º de janeiro de 2015, restaram apenas oito. Motivos variam de pressão da população a articulações políticas 


O primeiro escalão do GDF, que tomou posse com o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) em 1º de janeiro de 2015, sofreu diversas mudanças em dois anos de gestão. Dos 25 que assumiram o posto no primeiro dia do governo, entre secretários e servidores com o mesmo status, só oito continuam nos cargos. Desde então, seis pastas foram extintas, duas foram criadas e muitos representantes da elite do Palácio do Buriti deixaram o cargo — por desentendimentos com o governador, por pressão da população ou em decorrência de questões políticas. Em entrevista recente ao Correio, Rollemberg afirmou que deve promover novas alterações em 2017. “É também momento de fazer uma avaliação política, secretaria por secretaria, para imprimir as mudanças necessárias para que o governo possa entregar mais à população de Brasília”, disse.

Uma das secretarias mais importantes da estrutura do Executivo foi a mais atingida pelo troca-troca do primeiro escalão: a saúde. As divergências sobre o ocupante da pasta começaram antes mesmo da posse de Rollemberg. Em 2014, durante a transição, o governador eleito anunciou o nome do médico Ivan Castelli, que confirmou presença na equipe do GDF, mas desistiu antes mesmo de ser empossado. Quem assumiu como chefe da saúde na posse coletiva do primeiro escalão, em janeiro de 2015, foi o médico João Batista de Sousa.

No entanto, sete meses depois, ele pediu exoneração do cargo. O consultor do Senado Fábio Gondim assumiu então a missão de melhorar a rede pública do Distrito Federal, com a promessa de promover um “choque de gestão”. Assim como o antecessor, ele só ficou sete meses no posto e deixou o governo por conta de divergências com o Palácio do Buriti. Rollemberg escolheu, então, o médico e advogado Humberto Lucena, que está no cargo desde março de 2016.

A segurança pública, outra área estratégica para Brasília, não teve continuidade de gestão nos últimos dois anos. O sociólogo Arthur Trindade, nomeado para o posto em janeiro de 2015, fazia uma gestão bem avaliada e com bons resultados — a taxa de homicídios caiu 14% no primeiro ano de gestão de Rollemberg. Em novembro de 2015, porém, ele pediu demissão depois de atritos com a Polícia Militar. Ao deixar o comando da pasta, expôs dificuldades do cargo e declarou que, na capital federal, “secretário de Segurança é a rainha da Inglaterra”.

Diante das dificuldades para escolher um novo nome para o cargo, a secretaria ficou sem titular oficial durante dois meses. A atual ocupante do posto, Márcia de Alencar, só foi anunciada em janeiro de 2016. Ao longo do último ano, o governador cogitou trocar o comando da segurança pública. O nome de Márcia de Alencar desagrada tanto integrantes da PM quanto da Polícia Civil. Rollemberg convidou o ex-secretário do Rio de Janeiro José Mariano Beltrame para assumiu a chefia da pasta, mas ele recusou o convite.

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