quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

Executivo contrata FGV para realizar auditoria no transporte público do DF

No mesmo dia em que os distritais pediram ao Tribunal de Contas do DF uma consultoria sobre a concorrência pública realizada em 2011, o Executivo local contratou a instituição paulista para uma auditoria do processo. Mais dois atos marcaram a terça-feira
Cerca de 150 pessoas participaram de ato na Rodoviária do Plano Piloto


O sistema de transporte público brasiliense passará por uma revisão minuciosa nos próximos meses. O Executivo local anunciou, ontem, a contratação da Fundação Getulio Vargas, de São Paulo, para a realização de auditoria externa, referente aos contratos e à atuação das concessionárias vencedoras da licitação de 2011, que prestam o serviço em cinco áreas do Distrito Federal. Deputados distritais solicitaram ao Tribunal de Contas do DF (TCDF) uma consultoria no mesmo âmbito. Em protesto contrário à revisão tarifária, manifestantes voltaram a ocupar a Rodoviária do Plano Piloto, embalados por palavras de ordem e munidos de faixas.A auditoria custará R$ 4,8 milhões aos cofres públicos e houve dispensa de licitação para a escolha da instituição. O trâmite do processo, no entanto, é reprovado pelo coordenador do grupo de debates sobre o transporte público na Câmara Legislativa, Wasny de Roure (PT). “A cidade é refém de um gestor que fugiu das responsabilidades por dois anos e quer justificar a ineficiência com a contratação emergencial de uma corporação. A licitação para a definição da companhia responsável pela auditoria deveria ter ocorrido bem antes. Ele decidiu analisar os contratos de cinco concessionárias após dois reajustes. E se a consultoria mostrasse que as revisões sequer eram necessárias?”, questiona.

O governo, no entanto, alega que a autorização para a consultoria era discutida desde agosto do ano passado e que o acerto, neste momento, não tem relação com a crise gerada pela alta nas passagens. Entre as argumentações apresentadas pelo GDF para contratar os serviços da FGV estão auditorias internas da Controladoria-Geral do Distrito Federal que apontaram irregularidades no sistema, além do relatório final da CPI do Transporte. A comissão pediu o indiciamento de 17 pessoas envolvidas na licitação do sistema de ônibus, realizada há seis anos. “Resta clara a necessidade de realização de avaliação independente dos contratos de concessão do sistema de transporte público do DF”, menciona um trecho da autorização para a contratação da FGV.

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