quarta-feira, 26 de abril de 2017

Teacher’s quer desconstruir imagem de bebida popular


Segundo Sylvia Sarubbi, o uísque é um “legítimo escocês”. “Precisamos nos mostrar assim”
Segundo Sylvia Sarubbi, o uísque é um “legítimo escocês”. “Precisamos nos mostrar assim”Foto: Marco Santos/divulgação
Também é dourado, mas não tem colarinho branco. Longe do amargor e da refrescância da cerveja, o sabor marcante do uísque também tem lugar no hábito do brasileiro. Mais especificamente na mesa do nordestino e do pernambucano. De uns tempos para cá, com a tendência de mercado que registrou aumento na procura por bebidas 'premium' - como cervejas artesanais e destilados -, o momento do uísque está mais perto do que longe. Observando esse movimento, a Teacher's Scotch aproveita para investir em marketing e quer conquistar uma nova faixa de consumidores. 

Desde o ano passado, quando a marca escocesa resolveu mudar o design das suas garrafas para um recipiente mais requintado, o posicionamento era desconstruir a imagem de bebida popular próxima ao nacional e se impor como importada. Até então, a ideia é a mesma.

Como 60% do seu público consumidor no Nordeste é da classe C e apenas 37% das classes A e B, a investida da empresa é para essa minoria. "Somos um legítimo escocês (o líquido é produzido na Escócia e apenas engarrafado no Brasil) e precisamos nos mostrar assim", pontua a nova gerente de marketing da Teachers, Sylvia Sarubbi. 

Mesmo com o olhar voltado para os mais ricos, a Teacher's não abre mão de se mostrar para todos seus consumidores. Exemplo disso são os variados tamanhos de garrafa e seus preços acessíveis para caber no bolso de cada um. Só que, por causa da crise econômica acentuada em 2016 e a retração no setor, os preços dos seus produtos tiveram que aumentar. "Precisávamos recompor o prejuízo", explica a gerente de marketing. Uma garrafa de um litro, que era vendida por até R$ 30, hoje se encontra por R$ 40. 

O recuo no setor implicou em uma redução de 8% e 6,7% nas vendas no Brasil e no Nordeste, respectivamente, no ano passado. Entretanto, a marca já estabilizou suas contas neste ano e já pensa no futuro. A projeção para o ano que vem é que cresça nada menos que 20%. "Desafio só é bom quando é grande", brinca Sylvia.

E, para que isso seja possível, a empresa se reinventa para manter o impacto no mercado de destilados. Atualmente, a bebida está presente em 120 países e o Brasil é o seu segundo maior mercado (fica atrás somente da Índia). Em território nacional, Pernambuco é o principal consumidor, seguido por São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.

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