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Givaldo
Calado de Freitas
Em
casa. Em meu recanto, cercado de livros. De repente, ponho-me a observar a mais
recente produção de Jáder Cysneiros. Que aprecio. E, por isso mesmo, tenho
várias. Vejo, no entanto, que não a colocaram bem na parede.
Obra
batizada com o nome de “Cortador de Cana” retrata um camponês em seus dias a
dia, agachado no canavial, em sua labuta, como bom cortador dessa cultura na
nossa Zona da Mata. No que pese a beleza da obra - horizontal -, fora colocada
verticalmente na minha parede, dando-lhe um visual horrível e ficcional.
Portanto, aquém da obra. Muito aquém...
Puxa.
Que horror! Digo e penso: “Que falta de cuidado e zelo mínimo... Bastava terem
observado e conferido a posição da assinatura do autor, tão visível na obra e
na sua posição horizontal”.
Mais
adiante, na mesma parede, vejo alguns diplomas a mim conferidos nessa minha
jornada. Um deles, no entanto, chama-me a atenção e me remete a um passado que
não consigo olvidar, a despeito dos anos que se foram. Do tempo. Meu diploma de
graduação. De repente, na minha mente, a imagem de tantos colegas, levando-me a
uma grande saudade. Saudade daquele dia. E com, ele, dos colegas. Dos meus
pais. Dos meus irmãos. Enfim, parentes presentes àquela data - 10 de dezembro
de 1971.
Vou
ao álbum de fotos daquele dia. Para quê? A saudade apertou-me mais
intensamente. Começo a identificar vários de meus colegas. Vários que já se
foram. Alguns deles muito próximos a mim. Agrava-se a intensidade de minha
saudade.
Já
faz anos. Muitos anos. Algumas décadas. De repente, percebo que aquela data se
aproxima de novo, fechando mais um ano. Já que, hoje, 30 de novembro de 2014.
Portanto, 43 anos. Exatas quatro décadas e três anos.
Ligo
para alguns dos meus colegas. Lembro-lhes a data - 10 de dezembro - e,
desesperadamente, cobro-lhes um reencontro, uma confraternização, um
companheirismo... Enfim, um dia e uma noite diferente com todos. Ou, se
preferirem, um repouso por alguns dias em algum resort da nossa zona sul, quem
sabe, Porto de Galinhas ou alguma cidade do interior. Que já vou sugerindo:
Garanhuns. E até em homenagem ao nosso primeiro ano, quando, aqui, estivemos em
excursão. A muitos pergunto por vários. Mas não fico satisfeito com algumas das
respostas. Na verdade, bate-me uma profunda tristeza. E fico a dizer: “Não! Não
é possível. Você não fala sério!”, acentuo. De uma colega, talvez das mais
próximas de mim naqueles tempos, ouvi: “Temos, Givaldo, que aproximar mais
esses nossos reencontros. Afinal, o tempo flui, e urge que assim façamos. E,
por isso, temos que aproveitar melhor o que nos resta”.
Torço
para que este ano venhamos a nos reencontrar mais uma vez. Torço!
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Figura pública. Empresário.
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