Por Magno Martins
Na passagem por São Paulo, para o beija-mão em Lula e Geraldo Alckmin, que se “uniram” no jantar do escárnio, o governador Paulo Câmara se reuniu, ontem, com o ex-presidente para discutir a aliança em Pernambuco. Câmara foi picado pela mosca azul. Quer ser candidato a senador e abrir a vaga do candidato a governador para o PT.
O nome petista da sua preferência é o senador Humberto Costa, que, coincidentemente, recebeu, no sábado passado, o aval do diretório estadual da legenda para concorrer ao Governo do Estado. Não tenho a menor dúvida de que, a esta altura, a oposição está fazendo figa para Humberto ser o candidato da Frente Popular.
A torcida tem uma explicação que remete ao óbvio ululante: embora senador da República e aliado de primeira hora, da confiança absoluta de Lula, Humberto é candidato fraco, fácil de bater. Tem um histórico de derrotas em disputas majoritárias só comparável a João Cleofas, batizado de João três quedas, nos anos 70, por ter perdido três eleições para governador.
Independente disso, um capítulo à parte, Câmara não vai conseguir tamanha pirotecnia. Sua tese, de passar o poder ao PT, esbarra no próprio PSB, que não aceita, em hipótese alguma, abrir mão da cabeça de chapa. O Governo de Pernambuco, para o PSB, está acima das ambições de Paulo Câmara e dos seus projetos pessoais, para chegar ao Senado. Partido nenhum abre mão de estar com a chibata do poder para ninguém.
O PSB não seria o primeiro, só na cabeça oca do governador, que tudo leva a crer, as desconfianças são generalizadas de que não terá autonomia para decidir o seu sucessor. Tadeu Alencar e Danilo Cabral passaram a disputar a indicação do partido com uma disposição de fazer inveja. Se tivesse força, Câmara faria Zé Neto, o preferido dos deputados, prefeitos e lideranças interioranas.
Nessa batalha silenciosa, só uma certeza: Humberto Costa é carta fora de baralho. E chegar ao Senado, para Paulo Câmara, é uma viagem na maionese.
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