Por Edmar Lyra
Uma relação que dura dezesseis anos, com idas e vindas, mas que se manteve sólida por quatro eleições estaduais, deverá ter um ponto final nas eleições de 2022. PSB e PP fizeram parte da coligação da vitoriosa campanha de Eduardo Campos em 2006 que tinha também o PDT, o PSC e o PL. Além das eleições estaduais, os dois partidos caminharam juntos em 2008 na coligação liderada pelo PT, em 2016 e 2020 na disputa pela prefeitura do Recife. A única exceção foi 2012 quando o PP apoiou Humberto Costa e o PSB lançou Geraldo Julio.
Neste contexto, apesar de haver expectativa de um entendimento por parte de alguns atores, na próxima semana será oficializado o divórcio entre as duas legendas, e o PP terá duas opções a partir de então: a aliança com a deputada federal Marília Arraes ou o lançamento de uma candidatura própria ao Palácio do Campo das Princesas.
Diante da iminente saída do PP da Frente Popular, alguns partidos já fazem conta do espólio deixado pela legenda, que conta com a secretaria de Agricultura e a de Combate às Drogas, e cargos do segundo escalão como a administração de Fernando de Noronha, o Lafepe e o Ipem, além de órgãos subordinados as duas secretarias, como o IPA que é um braço importante da secretaria de Agricultura. Na avaliação de um aliado governista em reserva, os espaços do PP que chegavam a quase 600 cargos somados aos do Avante deverão reforçar os partidos mais fiéis ao governo que seguirão dando sustentação ao PSB.
A Frente Popular também faz uma depuração com este movimento, pois já se considera que tanto o PP quanto o Avante seguirão o caminho do PSD de ida para a oposição, deixando apenas o PSB, o PT, o PCdoB, o PV, o PDT, o MDB e o Republicanos na coligação, que ainda assim garantirão o maior tempo de televisão da eleição ao deputado federal Danilo Cabral, pré-candidato a governador pelo conjunto de forças liderado pelo PSB.
Nenhum comentário:
Postar um comentário