O ano de 2017 começa com previsões não menos duras
do que as que marcaram o início de 2016. Governador do Estado, Paulo Câmara
pouco conseguiu alterar as perspectivas que traçava no final de 2015. Se, na
economia, os bons ventos continuam fazendo a curva um tanto distante, na
política, a postura do socialista também não alterou-se. O aperto financeiro o
faz repensar o projeto de reeleição? "A limitação financeira faz eu
repensar a forma de administrar, como estou fazendo desde primeiro de janeiro
de 2015", dribla o chefe do Executivo, sem alterar a meta de não falar em
2018, a despeito de 2017 ser já véspera de eleições gerais. "Quando chegar
em 2018, a gente vê como estão as coisas e vê o que é melhor para
Pernambuco", despista. Se entra ano e sai ano e a crise no País permanece
desafiando o governador, a mesma repetição acontece em relação às comparações
frequentes feitas entre o socialista e seu padrinho político, Eduardo Campos.
Ao final de dois anos de mandato, Paulo Câmara não esconde ser sensível a isso.
Não tergiversa quando indagado, durante entrevista de balanço de final de ano à
Folha, se há cobranças exacerbadas para que tenha reações similares as do
antecessor. "Pode ser. Mas sempre fui muito claro que não ia me
transformar num personagem. Não vou ser personagem governador. Eu sou Paulo
Câmara, que me
apresentei na campanha como quem eu sou, disse o
que eu ia fazer e estou buscando fazer". E desabafa: "Eu tenho uma
forma de conversar com as pessoas.
As pessoas, às vezes...Eu não sou Eduardo, que
tinha, sei lá, uma relação diferente com a Imprensa.
Eu sou mais reservado, infelizmente". Na
condição
de técnico, que não foi forjado na política, ele
arremata: "Eu gostaria de conversar mais com vocês, mas, quando eu vejo,
meu dia acabou e eu não tive tempo". Prevendo ano "duríssimo"
para 2017, deixa um recado: "Agora, não vou mudar minha forma
de ser porque não dá mais".
"Não vou mudar porque as pessoas acham que
tenho que fazer isso e aquilo", diz o gestor
Retorno provável à Alepe
Há alguns meses, auxiliares do Governo do Estado
ventilam a hipótese de o secretário de Desenvolvimento Social, Criança e
Juventude, Isaltino Nascimento, voltar a desempenhar papel na Alepe. O próprio
governador não descarta a hipótese.
Encaixe > "Vou
discutir com ele. Isaltino com mandato tem perfil que nós entendemos como
importante na Alepe, mas ele tem dado respostas na área dele", resume
Paulo Câmara. Por outro lado, não omite que espera mais soluções em relação à
situação dos "meninos da Funase".
Lacuna > O
governador se diz "muito satisfeito" com a atuação de Roberto Franca.
Mas guarda um plano de reestruturação e fala em busca de parceria com
municípios. Está sentindo falta? "Estou", devolve.
Em busca > Inicialmente,
as mudanças no time do governo ocorreriam em dezembro. Paulo mesmo avisara
isso. Mudou de ideia e concluiu que a alteração "ficou restrita" à
Desenvolvimento Econômico, além de Isaltino.
Sem aposta > No
PMDB, já não se considera mais a hipótese de Alexandre Valença assumir
Desenvolvimento Econômico.
Boletim 1 > José
Fernando Uchôa, o titular da Secretaria da Educação de Jaboatão, é uma
indicação do ministro Mendonça Filho. O prefeito eleito, Anderson Ferreira,
construiu boa relação com o titular da Educação na Esplanada.
Boletim 2 > Anderson
conseguiu emplacar duas escolas em Jaboatão, do total de 36 do modelo de
educação integral, anunciadas na última quinta-feira, no Palácio das Princesas,
pelo ministro ao lado do governador.
Por Renata Bezerra de Melo
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