Em coletiva de imprensa na manhã desta quarta-feira (18), representantes do MEC comentaram o assunto. Inscrições do Sisu começam em 24 de janeiro
Na manhã desta quarta-feira (18), o Ministério da Educação (MEC) deu início à coletiva de imprensa que aborda os resultados do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2016 e divulga o calendário do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) de 2017.
Compõe a mesa o ministro da Educação, Mendonça Filho; a presidenta do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Maria Inês Fini; a secretária executiva do MEC, Maria Helena Castro; e o secretário de Educação Superior, Paulo Barone.
Resultados do Enem 2016
Quem fez o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) pode acessar o boletim de desempenho na página do participante, no site do Inep.
Rafael Fernandes Gonçalo, 18 anos, ainda não conseguiu ver o resultado do Enem. “Está travando muito porque muitas pessoas estão tentando acessar ao mesmo tempo", comenta ele, que pretende usar a nota no exame para conseguir uma vaga em direito numa universidade pública por meio do Sisu.
Participantes da coletiva no MEC
Apesar da lentidão do sistema, Maria Inês Fini, presidente do Inep, garante que isso tem a ver apenas com o alto número de acessos e não com a segurança. "O site do Inep é extremamente atacado, cai várias vezes. Por isso, nosso técnico de tecnologia colocou a consulta pública e o resultado do exame em links especiais, fora do nosso sistema. Isso impedirá ataques de pessoas que são contra a educação no Brasil", observou.Calendários
As inscrições para o Sisu começam na próxima terça-feira (24) e seguem até 27 de janeiro. Serão ofertadas 238.397 vagas em 131 instituições de ensino superior público. São 4,5% oportunidades a mais com relação a oferta do primeiro semestre de 2016 (228.071). Só poderão se inscrever estudantes que fizeram o Enem em 2016 e não tiraram zero na redação. As vagas e as instituições poderão ser conferidas na quinta-feira (19) no site.
As inscrições do Programa Universidade para Todos (Prouni) começam em 30 de janeiro e seguem até 2 de fevereiro. Já no Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), o prazo para se inscrever vai de 6 a 9 de janeiro.
Comentários sobre o Enem
"Felizmente entregamos o Enem um dia antes do prazo previsto, o que é uma coisa muito positiva", afirmou o ministro Mendonça Filho. Segundo o dirigente da pasta, denúncias de fraudes nos testes estão sendo investigadas pela Polícia Federal, mas ele garante que foram casos isolados que não interferem na integridade do exame. "Este Enem pode ser caracterizado como bastante difícil de ser finalizado e entregue. Mas, apesar dos percalços e dificuldades, entregamos."
Foram 8.630.06 inscritos no Enem 2016. Sendo 6.111.339 presentes na primeira aplicação e 265.412, na segunda aplicação. O exame contou com a participação de 54.317 candidatos privados de liberdade. Além disso, 1.033.761 candidatos pediram a certificação do ensino médio por meio do Enem de 2016.
Durante a aplicação das provas, foram eliminadas 8.722 pessoas. Apesar de todos as regras serem claras, cerca de 60% foram desclassificadas por não obedecer normas tradicionais do exame, como não marcar o tipo de prova ou não escrever a frase na folha de respostas (44.35%); portar lápis, caneta de material não transparente, lapiseira etc. (19,77%).otas zero x Notas mil
Na redação, apenas 77 pessoas tiraram a pontuação máxima (mil) enquanto 291.806 tiraram nota zero — somando o número de textos anulados (por motivos como fuga ao tema, cópia do texto motivador, ferir direitos humanos, escrever trecho desconectado, texto de tamanho insuficiente) com os que tiraram a menor pontuação.
A maioria dos candidatos (1.940.504) tirou entre 501 pontos e 600 pontos na dissertação, cujo tema, em 2016, foi intolerância religiosa no Brasil.
As disciplinas em que os participantes mais tiraram nota zero foram matemática e suas tecnologias — com 5.734 notas zero — e linguagens e códigos e suas tecnologias — com 3.962 notas zero.
"O mau desempenho em linguagens reflete a enorme dificuldade dos nossos alunos em leitura e interpretação. Esse é um problema que vem sido constatado há anos pelo Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Alunos). O ministério se preocupa com a leitura, a escrita e a redação dos estudantes brasileiros", afirmou Maria Helena Castro, secretária executiva do MEC.
Consulta pública sobre o Enem
O MEC abriu, nesta quarta-feira (18), uma consulta pública sobre o exame. Já no dia de abertura, mais de 3 mil pessoas opinaram sobre o tema na internet. A consulta ficará aberta até 10 de favereiro. Acesse e opine também.
Por meio do canal, é possível fazer sugestões, críticas e dar opiniões sobre temas como o tempo de aplicação da prova (Um ou dois dias? Um fim de semana? Dois domingos seguidos? Entre outras opções), a plataforma de aplicação (computador ou papel) e o número de questões no exame.
Mudanças no Enem
O MEC anunciou alterações para o exame de 2017. A primeira delas é que a próxima edição do Enem não servirá como certificação do ensino médio. Na visão do MEC, o Enem é uma prova abrangente que serve para acesso ao ensino superior e não como medida de verificação do conhecimento do ensino médio — algo que pode ser verificado por meio do Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Enceja).
Além disso, a gestão atual do MEC deseja que o Enem não seja mais visto como um sistema de avaliação do ensino médio. "O Inep está estudando uma forma nova de avaliação de desempenhos do ensino médio por meio do Saeb (Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica). O Enem não terá mais a característica de fazer o ranking das referências de desempenho das matrizes do ensino médio", afirmou Maria Helena Castro.
As sugestões feitas na consulta pública serão aplicadas a partir da edição de 2017. O edital do Enem 2017 será lançado em fevereiro. Caso a consulta pública aponte para a aplicação por computadores, tal mudança só ocorrerá em 2018. Uma garantia dada pelo ministro é que treineiros continuarão podendo fazer o exame.
Sobre a duração da prova, o ministro da Educação defende que reduzir os dias de aplicação é um caminho para reduzir gastos e uso de papeis, visto que seria uma prova menor. Apesar disso, ele acredita que quem deve tomar essa decisão são "os mais afetados pelo exame", ou seja, os estudantes. Por isso, a participação na consulta pública é importante.
"Muitos boatos se espalham nas redes sociais. Principalmente de integrantes da oposição que não estão satisfeitos com as mudanças. Tudo é mentira. Um exemplo é que a redação sairia do exame, é isso não é verdade. Também são falsas as informações de que o MEC aplicaria o exame só no sábado", disse o ministro.
Estagiária sob supervisão de Ana Paula Lisboa
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