terça-feira, 17 de outubro de 2017

MEUS PROFESSORES



* Givaldo Calado de Freitas


Tive tantos e tantas. Deles e delas, nunca, do primeiro ao último, esqueci. Do último que se segue. Nem da primeira nem do último. Do último em sequência ao último que ficou. E se segue... com mais um. E mais... Em sequência quase inesgotável.

Da primeira, Dona Dulcina, nem pensar. Ficou-me na mente suas lições. Seus gestos. O carinho e a paciência com que nos ensinava as primeiras letras para me entregar a Dona Geraldina, já sabendo ler ou pelo menos soletrar as palavras que ensinara.

Às vezes fico a pensar: Deus sempre muito bondoso comigo. Protecionista, diria mesmo. Lá, na Avenida Santo Antônio, nos meus primeiros aninhos, eu já recebia as bênçãos de dois Santos. O primeiro já reconhecido pela Santa Igreja, Santo Antônio. A segunda, protegida, fortemente, pelo Senhor, Dona Dulcina, para cumprir uma nobre, mas difícil missão: educar. 

Depois de passar pelas mãos dessas duas mestras, saí para o exame de admissão no Colégio Diocesano.

Outro dia pensava sobre minha jornada. Ou sobre os primeiros passos dessa jornada. De Dona Dulcina, eu, ainda criança, ao meu ingresso na centenária Faculdade de Direito do Recife, eu, já adolescente. Mas avançando com muito esforço e, também, com muita dedicação. E reverenciando a figura imprescindível do professor.

De repente, bate-me à mente as palavras de Dom Pedro II que costumava dizer que: "Se eu não fosse Imperador, desejaria ser professor. Não conheço missão maior e mais nobre que a de dirigir as inteligências juvenis, e preparar os homens do futuro.”.

Não tenho o menor fiapo de dúvida sobre o que expressava Dom Pedro II, sobretudo quando asseverava não conhecer missão maior e mais nobre que a de dirigir jovens, e prepará-los para serem os homens de amanhã.

Tive nessa jornada, em busca de minha formação, inúmeros professores e professoras. Todos e todas inspirados, devotados e hábeis mestres. Por isso, verdadeiros, autênticos e vocacionados. Homens e mulheres que teriam vindo ao mundo para exercer a maior e mais nobre de todas as profissões: ensinar.

Já adulto, e agradecido aos mestres e mestras que tive, comecei a pensar sobre todos eles e sobre todas elas. Do tesouro que me lograram. Da paciência que tiveram comigo e com todos e todas, colegas.

De repente, uma expressão sempre referida e recorrente de Júlio Camargo me chama a atenção: "O professor é inteligente, mas não é inteligente ser professor.”.



Aqui, peço licença para dissentir de Camargo. Do fundo de meu coração, quero dizer aos professores de meu Brasil que, ao contrário do que diz Júlio Camargo, em nossas terras quem não está sendo inteligente são os nossos governantes, que não conferem aos nossos professores a relevância que deveriam emprestar para podermos, um dia, alcançar o crescimento sócio-cultural e econômico de que a nação tanto clama. Enfim, para que possamos salvar essa nação. Elevá-la à posição que tanto merece.

Abençoados, portanto, sejam todos vocês, professores do meu país. E de nossa pátria, Garanhuns.

Salve esse dia quinze de outubro.
·         Figura Pública. Advogado de Empresas. Empresário.



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