O promotor de Justiça Avelino Grota, de São Paulo, usou uma página do Ministério Público no Facebook para “vomitar” preconceitos contra pobres, negros e pessoas que exercem empregos domésticos, como as babás. “Quanto ao pobre, coitado, nasce feio e morrerá feio porque não tem dinheiro nem para comer direito”, escreveu o representante do MP, num texto que foi parar no jornal Estado de São Paulo, com destaque.
Avelino Grota explicou que as mensagens eram ‘ironias’ contra a decisão judicial que arquivou investigação sobre a exigência de clubes paulistanos para que as babás usem uniforme branco.
Por isso o promotor convidou a uma “reflexão”. Ele revelou, em seu texto, que ‘não tinha muito o que fazer em casa e trabalhar estava fora de cogitação’.
“Analisei, ponderei e cheguei a algumas conclusões. Vamos a elas: Pobre, em regra, é feio; babá, em regra, é pobre; logo, babá, em regra, é feia”, escreveu.
E continuou vomitando: “E negro, como todos sabem, tem o péssimo costume de não dar muita atenção à higiene – tanto do corpo quanto da roupa”.
Para o promotor, o uso da roupa branca pelas babás é uma solução muito adequada. “Em primeiro lugar, o branco é a cor da pureza, e, ao usar roupa branca, a babá, que é feia, se transforma, ficando um pouquinho menos feia – porque pureza não combina com feiura e, assim, passamos a dar mais atenção ao puro branco da roupa do que à feiura de quem a veste.”
“Em segundo lugar, roupa branca é a que suja com mais facilidade, e, desse modo, o patrão da babá verá mais nitidamente se a empregada está ou não limpa – e, se não estiver, ordenará imediata troca de roupa, precedida, é claro, de um banho, o que tornará a babá menos fedentina. Em terceiro lugar, roupa branca esquenta menos; portanto, a babá suará menos; por conseguinte, federá menos.”
Avelino Grota complementou: “Em quarto lugar, como geralmente repugna ao bonito dar de cara com o feio, o uso de roupa branca permitirá aos mais sensíveis desviar-se a tempo do caminho, evitando encarar a feia criatura que verga o traje branco.”
“Em quinto e último lugar, a roupa branca também serve para que os novos capitães-do-mato, que nos clubes de ricos, são chamados de seguranças (e, mesmo sendo, em regra, negros, usam roupas pretas), possam ficar de olho nas babás, não para fins libidinosos, como é próprio dessa gente, mas para cuidar de que elas não se sentem em lugares proibidos a babás, não entrem em lugares vedados a babás e mesmo não comam e não bebam comidinhas e bebidinhas que babás não podem e não devem comer e beber.”
É um espanto que um sujeito desses seja promotor de justiça. Ele envergonha o Ministério Público e o Brasil. Parece que veio direto da Alemanha de Hitler para São Paulo, em pleno Século XXI. Uma indecência um negócio desses. Se fosse um país sério seria proibido de exercer suas funções por patologia grave.
O texto chegou à imprensa porque um outro promotor copiou o que foi escrito e vazou para a imprensa. Um colega de Brota pediu uma investigação do Ministério Público.
O promotor procurou se justificar que só estava ironizando e se mostrou ofendido com os colegas que vazaram o caso para a mídia e agora defendem que ele seja investigado.
*Imagem: Revista Veja.
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