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Givaldo
Calado de Freitas
Estava aqui, pensando nas linhas que escrevi nessa sexta-feira (20), em
homenagem aos poetas da minha cidade, nesse dia a eles dedicado.
Os dias da gente, enquanto profissionais, enquanto responsáveis pela direção
de órgãos sociais..., a mim me parece que sejam todos os dias do ano, até por
conta de nossos dias a dia e, no caso do homem das Letras, não é diferente, eis
que sua produção literária acontece em igual dimensão temporal.
De repente, nosso
amigo, Alexandre Santos, que é presidente da União Brasileira de Escritores,
entra nas redes sociais para noticiar a "grande inflexão da vida" do
amigo e poeta Marcus Accioly, concluindo com o registro da grande lacuna que
acabara de abrir à cultura brasileira, e, por fim, por ter deixado a União
Brasileira de Escritores de luto.
Gostava muito de
Marcus. De sua dedicação. De sua firmeza. De seu amor. Tudo, dirigido à Cultura.
Convivi com ele ou sempre nos relacionamos desde meus tempos de
Secretário de Cultura da cidade (2008) e, desde então, pude acompanhar esse seu
interesse pela Cultura, sobretudo no que dizia respeito à sua propagação.
Aprendi a admirá-lo. Máxime, a compreendê-lo. Porque toda sua briga era
em função da defesa intransigente da cultura.
Marcus Accioly
residiu algum tempo em nossa cidade. Com ele, estive algumas vezes, por aqui.
Mas, a ele, nunca quis perguntar se estaria pensando em adotar Garanhuns como
seu novo porto seguro ou como mais um recanto em busca de inspiração, já que a
cidade é rica desses lugares, inspirando a tantos poetas daqui e de alhures.
Cheguei mesmo a pensar: a poesia para Marcus é sua grande obsessão. Veio para
Garanhuns à procura de mais fontes inspiradoras.
De Castro Alves a João Cabral de Melo Neto, Accioly sabia de tudo. Por
isso, e tantas mais, se dizer que ele fora o poeta brasileiro que mais
escrevera versos, e com ambições incontidas. E em todos os gêneros: o épico, o
lírico e o dramático. Fora, por assim dizer, completo.
De luto, a Academia de Letras de Pernambuco. De luto, a União Brasileira
dos Escritores. De luto, Pernambuco e o Brasil, pela perda irreparável de um
homem que ainda tinha tanto a oferecer às Letras, em particular à poesia. Na
Academia ele sucedera a João Cabral de Melo Neto, patrono da cadeira 19 daquela
Casa. Na UBE ele pontificou. Como pontificou em Pernambuco e no Brasil.
Da sua presença
vamos sentir muita falta, Marcus. De seus debates, então... Acalorados.
Apaixonados... Mas, você, Marcus, esteja onde estiver, fique na certeza de que
seus amigos rogam por um reencontro com você, num dia desses.
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Figura Pública. Empresário.
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Crônica redigida em 21.10.2017
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