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Givaldo
Calado de Freitas
A gente só dá viva aos nossos
médicos e dentistas quando os incômodos que nos atormentam vão embora. Essa é a
regra. Pelo menos a que me ocorre. Tenho medo de ir a médicos. Outro dia,
escrevi exatamente isso: “Tenho medo de ir a médico”. Pois não é que um amigo
dileto, que deve ter lido a minhas palavras em leitura dinâmica, desatenta...
Veio-me tomar satisfação? “Eu quero saber o que você tem contra os médicos?
Você disse que não gosta deles.” Disse-o: “Amigo, cuido que você deve ter lido
isso em outro autor. Nunca disse isso sobre os médicos. Aliás, devo dizer-lhe
que tenho vários amigos que são médicos. Mas me diga: por que você se irritou
tanto? Afinal, você não é médico. Por que as dores por expressão que nunca
escrevi, nem escreverei, até porque nada tenho contra os médicos? Simplesmente
não gosto de procurá-los. “É que minha esposa é médica e, entendendo errado o
que você escreveu, fiquei magoado.” “Ah! O que o amor não faz?” - disse aos
meus botões.
Penso, hoje, recordando
de uma mestra que tive. A ela disse, certa vez: “Quero mudar de turma,
professora. Quero sair do curso clássico para o curso científico”. Ela me
perguntou o porquê. “Quero ser médico. Desisti de ser advogado.”. Ela olhou
para mim e me disse: “Volte para a sua sala de aula. Não está vendo que você
não tem cara de médico?”
Outra época, contei
essa história a um político, e ele se saiu com essa: “Teria sido um perigo,
para nós, você, médico.” Dei de ombro. Fiz-me de desentendido. E fiquei a
pensar: então estou certo. O médico, na política. O padre, na política. Não
combina. De repente, confundem os ofícios. Ninguém pode servir a dois senhores.
E, política, para mim, é atividade séria, nobre, missionária... Que exige
vocação e preparo ao seu exercício. Que exige dedicação. E esta exclui a
prática de outros ofícios.
Neste dia, portanto,
dedicado a vocês, médicos e médicas de minha cidade, gostaria de saudá-los,
dizendo de minha admiração pela profissão que exercem, e do meu esforço para, a
cada dia mais, ter menos medo de procurá-los em busca de sua assistência.
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Figura Pública. Empresário.
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Crônica redigida em 18.10.2017
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