Por Edmar Lyra
O presidente Jair Bolsonaro chegou a declarar sua intenção de indicar um ministro terrivelmente evangélico para o Supremo Tribunal Federal. Na primeira oportunidade, com a aposentadoria de Celso de Mello, acabou indicando o então desembargador do TRF1, Kássio Nunes Marques, quebrando inicialmente sua promessa.
Na segunda chance, não hesitou, e indicou André Mendonça, que já tinha sido seu ministro da Justiça e AGU, para a vaga deixada por Marco Aurélio Mello que se aposentou compulsoriamente em julho. A indicação se arrastou até ontem por decisão do presidente da CCJ, o senador Davi Alcolumbre, que trabalhou fortemente contra a indicação de Mendonça.
Até que ontem houve a apreciação por parte da CCJ e por 18 votos a 9, André Mendonça teve sua sabatina aprovada pelos integrantes da comissão mais importante do Senado. A matéria seguiu para o plenário, e nova vitória do indicado de Bolsonaro, com 47 votos a favor e 32 contrários, com isso André Mendonça será mesmo o novo integrante do Supremo Tribunal Federal.
O presidente encerra, portanto, uma prova de fogo no Senado Federal, casa extremamente hostil as pautas do Palácio do Planalto comparada à benevolência da Câmara dos Deputados, e cria um ambiente de maior tranquilidade para os próximos meses. Essa vitória no Senado garante ao governo nova perspectiva de reaproximar-se da sua base e até mesmo dos chamados independentes no sentido de avançar com novas pautas, a exemplo da PEC dos Precatórios que deverá avançar também na Câmara Alta com algumas modificações. Na véspera de se iniciar o ano eleitoral, onde o presidente Jair Bolsonaro tentará o segundo mandato, os últimos acontecimentos se tornam bastante interessantes para dar novo fôlego ao governo na busca pela reeleição.
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