domingo, 15 de maio de 2022

O fim da dinastia está próximo

*Por Cláudio Soares


O papo furado de lideranças do PSB é que tem 140 prefeitos e que seu pré-candidato ao Governo do Estado, Danilo Cabral, batizado de Coronel Danulo pelo deputado Guilherme Uchoa, ainda vai crescer nas pesquisas.

Ainda é advérbio de tempo e o tempo não para. Eu vejo o futuro repetir o passado. Miguel Arraes, em 1998, tinha em torno dele 145 prefeitos e perdeu para Jarbas Vasconcelos numa derrota avassaladora. Jarbas derrotou Miguel Arraes por uma diferença de mais de 1 milhão de votos. A articulação malfeita e a perda de lideranças políticas fortíssimas foram o estopim. Com o afastamento de Jarbas Vasconcelos de Miguel Arraes, em 1992, a União por Pernambuco começaria a ser gestada em 1994, mas somente efetivada em 1996, na eleição de Roberto Magalhães para prefeito do Recife, sucedendo o próprio Jarbas. O então governador Mendonça Filho, que detinha apoios de pouco mais de 130 prefeitos, saiu derrotado para o ex-ministro Eduardo Campos (PSB), eleito governador de Pernambuco. O socialista recebeu 65,36% dos votos válidos, contra 34,64% do governador José Mendonça (PFL).

Jarbas foi aliado de Arraes e ficou irritado com a postura dele em 1990, quando não disputou o Senado em sua chapa e acreditava que nunca chegaria ao Palácio do Campo das Princesas se continuasse subordinado ao ex-governador. Já o PFL nunca havia conseguido derrotar Arraes de forma direta, perdendo em 1986 com José Múcio e com Gustavo Krause, em 1994.

Separados, eles não chegariam a lugar nenhum. O deputado federal José Mendonça, importante liderança do Agreste e do PFL, foi o idealizador de uma aliança que faria frente ao poderio de Arraes, fragilizado pelo escândalo dos precatórios. A chapa então teve o jovem deputado federal Mendonça Filho no posto de vice, com Jarbas Vasconcelos candidato a governador e José Jorge, também deputado federal, como senador.

Hoje, o que se enxerga é a situação (governo PSB) empurrando lideranças históricas para oposição: Marília Arraes, Dudu da Fonte, André de Paula, Sebastião Oliveira e por aí se vai...

Enquanto isso, Marília Arraes vai costurando e se postando como favorita a ir ao segundo turno. Todo dia, anuncia adesões que aumentam sua musculatura eleitoral.

Por outro lado, o vendaval de adesões que ocorre em direção ao jovem Miguel Coelho se dá por ser bem avaliado prefeito de Petrolina e ter o dom fundamental da política. A aceitação de suas ideias e o sentimento de mudança, além da aprovação da sua gestão, também ajudam muito.

A pré-candidatura do Danulo é um prenúncio de derrota. A sucessão de erros e o desgaste natural, consequência de 16 anos no trono, manifesta no destroço das tropas, sendo o principal sinal do insucesso, funesto, mau êxito. Chegou o fim da dinastia em Pernambuco.

*Advogado e jornalista

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