Governo reconheceu as altas taxas de ocupação de leitos de UTI neonatal e pediátrica em decorrência de casos de SRAG
Cadastrado por
Rodrigo Fernandes
FOTO: MIVA FILHO/ SECOM |
A governadora Raquel Lyra (PSDB) declarou situação de emergência em saúde pública no estado de Pernambuco em razão das altas taxas de ocupação de leitos de UTI neonatal e pediátrica em decorrência de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG).
O decreto foi publicado na última terça-feira (20), em edição extra do Diário Oficial do Estado. A emergência entrou em vigor imediatamente e tem prazo de 90 dias, a contar de ontem.
O governo levou em consideração as superlotações das emergências dos hospitais públicos e a expressiva taxa de ocupação de leitos.
No dia 1º de junho, a coluna Saúde e Bem-estar, deste JC, noticiou que Pernambuco tinha 71 crianças com doença respiratória em fila de espera para uma vaga no Sistema Único de Sáude, sendo 57 para UTI pediátrica e 14 para UTI neonatal.
A gestão de Raquel afirmou que há a necessidade da adoção de medidas urgentes voltadas para a prevenção, controle e ampliação da rede de atenção à saúde infantil, mas até o momento não divulgou quais ações serão essas.
"As ações e os serviços públicos de saúde voltados à contenção da emergência serão articulados pela Secretaria de Saúde, a qual caberá instituir diretrizes gerais para a execução das medidas necessárias, podendo, para tanto, expedir normas complementares", diz o governo.
O decreto também leva em consideração uma portaria da Secretaria Estadual de Saúde, de 12 de maio de 2023, e uma nota técnica da Secretaria Executiva de Vigilância em Saúde e Atenção Primária, que demonstram a necessidade de abertura de leitos, em especial os de UTI.
Em março deste ano, Raquel Lyra prorrogou o estado de emergência em saúde relacionado à Covid-19 em Pernambuco por 90 dias. O prazo para este decreto termina no próximo dia 30 de junho.
Mais problemas na saúde
Na última terça-feira, a coluna Saúde e Bem-Estar revelou que o Hospital de Retaguarda em Neurologia, localizado no bairro do Prado, no Recife, será fechada no próximo dia 30, o que poderá acarretar em déficit de leitos no estado e possível sobrecarga na emergência neurológica do Hospital da Restauração.
A Secretaria de Saúde do estado confirmou o encerramento das atividades da unidade.
"Esses 50 leitos anunciados pela SES-PE não resolvem o problema. Hoje o Hospital de Retaguarda em Neurologia (HRN) conta com 75 leitos de enfermaria e 10 leitos em unidade de terapia intensiva (UTI). Perdem-se 10 vagas de UTI. E mesmo abrindo 50 de enfermaria em dois hospitais, para onde vão os outros 25 (para fechar os 75 do HRN)?, questionou a reportagem de Cinthya Leite publicada ontem.
A decisão gerou críticas inclusive da base aliada. O vereador do Recife Tadeu Calheiros (Podemos), que integrou a coordenação da pré-campanha de Raquel Lyra na área da saúde, criticou o fechamento do hospital.
"Tenho visto com bastante preocupação, mas muita preocupação mesmo, o que vem ocorrendo na Saúde do Estado. A gente precisa sensibilizar o governo do Estado a mudar a sua linha de conduta”, falou o vereador.
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