Por Edmar Lyra
As eleições de 2022 trouxeram mudanças significativas no cenário político pernambucano. E a volta de Lula ao Palácio do Planalto também contribuiu para a construção de novos cenários para as próximas eleições. A Frente Popular, que venceu em 2006 o governo de Pernambuco, já se fragmentou em dois grupos, onde o senador Humberto Costa é o líder de um grupo que tem a senadora Teresa Leitão, o presidente do Banco do Nordeste, Paulo Câmara, o superintendente da Sudene, Danilo Cabral e outras lideranças como Milton Coelho e Carlos Veras. Da outra ponta existe um grupo liderado pelo prefeito do Recife, João Campos, que tem ao seu lado o deputado federal Felipe Carreras e o ex-prefeito Geraldo Julio, ambos do PSB, o deputado federal Silvio Costa Filho, do Republicanos, e tem aproximado-se da ex-deputada federal Marília Arraes.
O terceiro player, ou melhor, a terceira, é a governadora Raquel Lyra, que conquistou o cargo em circunstâncias atípicas e não precisou se comprometer com muita gente para ocupar o governo. Ela tem sob sua liderança nomes como Daniel Coelho, Armando Monteiro, Mendonça Filho, e quadros com força partidária, a exemplo do deputado federal Eduardo da Fonte, do PP, e do ex-prefeito de Jaboatão dos Guararapes, Anderson Ferreira, do PL.
Ainda estão “flutuantes” o MDB do senador Fernando Dueire e da deputada Iza Arruda, o grupo do ex-prefeito de Petrolina, Miguel Coelho, o PSD do ministro André de Paula e o União Brasil do deputado federal Luciano Bivar. Todos esses atores e partidos podem se vincular tanto ao projeto de João Campos, quanto ao de Raquel Lyra ou o de Humberto Costa. Essa nova correlação de forças em Pernambuco será testada em 2024, quando vários colégios eleitorais representativos estarão em disputa, e quem tiver o melhor poder de organização chegará fortalecido para o projeto de 2026, que terá em jogo duas vagas de senador para fazer as acomodações necessárias.
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