A terceira pesquisa Ipec deste ano revela uma queda na aprovação do governo de Lula, com um aumento da desaprovação. Isso serve como um sinal de alerta para o presidente, que tem enfrentado uma série de recuos. No entanto, é importante ressaltar que essa pesquisa foi realizada antes do lançamento de programas populares e dos ventos favoráveis na economia.
No início de seu terceiro mandato, Lula focou em combater o golpe de Estado e na recuperação de programas sociais importantes para o eleitorado de baixa renda, como o Bolsa Família, Farmácia Popular, Merenda Escolar e Minha Casa, Minha Vida. Em seguida, ele passou a direcionar sua atenção para a classe média, com iniciativas como o programa Desenrola, destinado a devedores com renda até dois salários mínimos, e o questionável plano de carros, ônibus e caminhões mais baratos. Também houve anúncios na área da sustentabilidade e um reforço da posição de Marina Silva no governo.
Além disso, Lula está buscando construir pontes com setores menos hostis do agronegócio e estratégias para conquistar o apoio do público evangélico, além de acalmar os setores produtivo e financeiro. Com a recente intervenção nos preços da Petrobras, ele pode evitar interferir na meta de inflação. A inflação está caindo mais do que o previsto, o PIB surpreende positivamente e espera-se uma redução das taxas de juros. Esses fatores contribuíram para uma semana favorável, com o dólar em queda e o mercado financeiro reagindo positivamente.
A disputa entre a tendência negativa nas pesquisas e a tendência positiva na economia depende de Lula, especialmente em um momento crucial para sua relação com o Congresso. O Ministério da Saúde é um ponto crucial dessa batalha, com o Centrão e a competente Nísia Trindade desempenhando um papel importante. Apesar dos erros cometidos, Lula parece contar com uma certa dose de sorte.
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