terça-feira, 11 de fevereiro de 2025

O poder que faltava aos Coelho

 

Foto: Divulgação

Por |Edmar Lyra

Por anos, a família Coelho tentou consolidar um protagonismo maior na política pernambucana, mas sempre esbarrou em um obstáculo estratégico: a falta de um partido para chamar de seu. Em 2018, Fernando Bezerra Coelho tentou, sem sucesso, assumir o controle do MDB para disputar o Governo de Pernambuco. Em 2022, seu filho, Miguel Coelho, foi sabotado dentro do próprio União Brasil, o que minou suas chances de chegar ao segundo turno na corrida pelo Palácio do Campo das Princesas.

Agora, essa limitação parece ter sido superada. Com a nomeação de Miguel Coelho como presidente estadual do União Brasil, o grupo político que domina Petrolina e parte do Sertão finalmente tem um partido estruturado para chamar de seu. A mudança não foi exatamente uma surpresa, mas representa um divisor de águas para os planos políticos de Miguel, que, ao que tudo indica, deverá mirar o Senado em 2026.

O cenário eleitoral de Pernambuco começa a ganhar contornos mais definidos. Se a disputa pelo governo tende a ser polarizada entre a atual governadora Raquel Lyra e o prefeito do Recife, João Campos, sobra espaço para outros protagonistas buscarem espaço no tabuleiro. E Miguel, agora no comando de um partido com tempo de TV, fundo eleitoral robusto e capilaridade nacional, entra definitivamente nesse jogo.

A grande questão, no entanto, é se ele conseguirá unir o União Brasil em torno do seu projeto ou se enfrentará as mesmas dificuldades que barraram suas ambições em 2022. O poder que faltava aos Coelho chegou – resta saber se será suficiente para transformar influência regional em força estadual.

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