
Participação dos gestores na COP30 reforçou a disputa pelo protagonismo político nas eleições de 2026 (Fotos: Rafael Vieira/DP Foto)
A participação da governadora Raquel Lyra (PSD) e do prefeito do Recife, João Campos (PSB), na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), realizada em Belém (PA), colocou o estado e a capital no debate climático internacional e, nos bastidores, reforçou a disputa pelo protagonismo político nas eleições de 2026.
Ambos gestores retornaram com anúncios, parcerias e visibilidade, que podem se refletir no pleito estadual. Os ganhos e riscos para cada um, no entanto, seguem distintos, de acordo com a análise do cientista político Bhreno Vieira.
As participações no evento, com agendas movimentadas, foram registradas e compartilhadas por ambos nas redes sociais. Para o especialista, João se posiciona como gestor moderno, “conectado a redes internacionais e preparado para escalar essa agenda ao nível estadual”, enquanto Raquel teve a “oportunidade de reposicionar o governo, mostrando capacidade de liderar a transição energética e atrair investimentos para Pernambuco”.
“No saldo, os dois ganham holofote, mas João tira mais vantagem porque já opera com popularidade maior e narrativa consolidada”, avalia Vieira.
De volta ao Recife, João Campos destacou ações concretas trazidas da COP30, como a instalação de um radar meteorológico de banda S, orçado em mais de R$ 30 milhões, “o mais moderno que existe no mundo”. Segundo o gestor, o equipamento só foi garantido com articulação direta junto ao Ministério da Ciência e Tecnologia.
Do outro lado, a governadora Raquel Lyra seguiu o caminho do discurso de desenvolvimento econômico e atração de investimentos.
Em suas postagens, a gestora reforçou o papel de Pernambuco como polo da transição energética no Nordeste, destacando parcerias com empresas europeias como Maersk e European Energy, além do Complexo de Suape como vitrine da “nova economia”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário