
Inaugurada em 2005 com a presença do presidente Lula, a Unidade levava o nome da Mãe do Presidente, Eurídice Ferreira de Melo, conhecida como Dona Lindu. A construção da Escola teve investimento aproximado de R$ 3 milhões e foi considerada um marco para o Ensino Profissionalizante na Região, na época o prefeito era Luiz Carlos.
A Escola está fechada desde maio de 2021, quando o Conselho Regional do SENAI Pernambuco deliberou, de forma unânime, pelo encerramento das atividades presenciais. Segundo o SENAI, a decisão foi justificada no planejamento estratégico da Instituição e motivada pela baixa procura pelos Cursos oferecidos. Estima-se que, com o fechamento, quase três mil estudantes deixaram de ter acesso à formação técnica que a Unidade proporcionava.
Vale registrar que o SENAI é uma instituição privada, sem fins lucrativos, organizada e administrada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Embora não seja pública e não integre a Administração Pública, o Senai é considerado uma instituição de interesse público, atuando na educação profissional e tecnológica com recursos provenientes de contribuições compulsórias das empresas do setor industrial.
Leiam o discurso do Presidente Lula no dia da inauguração da escola Senac

A Escola está fechada desde maio de 2021, quando o Conselho Regional do SENAI Pernambuco deliberou, de forma unânime, pelo encerramento das atividades presenciais. Segundo o SENAI, a decisão foi justificada no planejamento estratégico da Instituição e motivada pela baixa procura pelos Cursos oferecidos. Estima-se que, com o fechamento, quase três mil estudantes deixaram de ter acesso à formação técnica que a Unidade proporcionava.
Vale registrar que o SENAI é uma instituição privada, sem fins lucrativos, organizada e administrada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Embora não seja pública e não integre a Administração Pública, o Senai é considerado uma instituição de interesse público, atuando na educação profissional e tecnológica com recursos provenientes de contribuições compulsórias das empresas do setor industrial.
Meu querido companheiro Armando de Queiroz Monteiro Neto, nosso presidente da Confederação Nacional da Indústria, deputado federal e companheiro que tem ajudado muito o nosso governo,
Meu querido companheiro Eduardo Campos, ex-ministro da Ciência e Tecnologia,
Companheiro deputado federal Fernando Ferro,
Deputado federal José Múcio Monteiro, líder do PTB que muito tem nos ajudado,
Deputado federal Luiz Piauhylino, Deputado federal Maurício Rands,
O Paulo Rubem Santiago não está aqui,
Meu caro Luiz Carlos de Oliveira, prefeito de Garanhuns,
Vereador Silvado Albino, presidente da Câmara Municipal de Garanhuns,
Meu caro companheiro, ex-ministro da Saúde, Humberto Costa,
Meu caro companheiro, ex-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo, do ABC, ex-presidente da CUT e presidente do SESI, Jair Meneguelli,
Meu caro companheiro Carlos Wilson, presidente da Infraero,
Meu caro deputado estadual André Luiz Farias, Guilherme Uchôa, Marcantônio Dourado e Roberto Leandro,
Isaltino Nascimento, deputado estadual,
Senhores prefeitos Audálio Ferreira de Araújo, de Bom Conselho; José Alves de Araújo, de Saloá; José Luiz de Lima Sampaio, nosso querido Zé da Luz, de Caetés; Joseraldo Rodrigues Bezerra, de Brejão; Mário da Mota Limeira, prefeito de Riacho das Almas; Samuel Salgado Cavalcanti de Albuquerque, da cidade de Angelim,
Meus queridos companheiros representantes do Serviço Nacional de Aprendizagem do Senai,
Meu caro José Carlos dos Santos, Empresários,
Vereadores, Trabalhadores,
Mulheres, homens e crianças de Garanhuns,
Para mim, estar em Garanhuns pela segunda vez em pouco tempo é duplamente motivo de alegria. Primeiro, porque é sempre importante voltar, mesmo que numa viagem muito rápida, para inaugurar alguma coisa ligada à educação e, segundo, pela oportunidade, mesmo que rápida, apenas para algumas fotografias e alguns abraços, de poder rever primos e primas, parentes meus que há tanto tempo eu não via, a não ser nessas oportunidades em que eu posso passar por aqui. Haverá um dia que ainda poderei vir de férias para dormir uma noite aqui e uma noite em Caetés, uma noite em Caetés e uma noite aqui, e passar uma parte da minha vida.
E mais alegria, ainda, poder vir aqui participar da inauguração de uma escola do Senai. O Senai é para mim uma conquista que me deu a luz, que me tirou das trevas e me abriu caminho para uma profissão, para um melhor salário, para uma conscientização política, para o sindicato, para a política e para Presidente da República.
É por isso que eu digo, com muito orgulho, sem nenhuma restrição, que eu devo grande parte do que eu sou à teimosia da minha mãe, que saiu daqui analfabeta, morreu analfabeta, mas fazia um imenso esforço para que cada um dos seus filhos pudesse aprender uma profissão.
Eu morava, Armando, longe do Senai – aqui tem primo meu que conhece onde eu morava, porque moraram lá – mas eu morava a uns seis ou sete quilômetros, ou até um pouco mais, do Senai, e eu trabalhava, aos 14 anos de idade, em uma fábrica de algodão chamada Armazéns Gerais Columbia. Um belo dia chego em casa, minha mãe tinha recebido um recado de um tio meu de que tinha passado em uma fábrica de parafusos, uma fábrica chamada Fábrica de Parafusos Marte, uma empresa pequena que tinha, no máximo, uns 70, 80 trabalhadores, fazia parafusos para estrada de ferro, e tinha uma placa lá pedindo um aluno para mandar para o Senai.
A minha mãe me fez faltar um dia de serviço no Armazém em que eu trabalhava e fomos até a fábrica de parafusos – não esqueço nunca o dono daquela fábrica, um espanhol chamado sr. Miguel, que ainda hoje é vivo, um senhor de 80 e poucos anos de idade – minha mãe conversou com ele, e ele falou: “olhe, se o seu filho passar no Senai – porque tinha o exame – o seu filho poderá ser contratado pela empresa para fazer um curso do Senai”. E lá fomos eu e minha mãe a pé, de onde eu morava, na Vila Carioca, até o Senai do Ipiranga. Lá, fiz um teste, passei, voltei à fábrica e, um mês depois, eu comecei... não, primeiro, eu comecei a trabalhar na fábrica, trabalhei até junho na fábrica e depois eu fui para o Senai. Ficava seis meses na fábrica, seis meses no Senai, até me formar torneiro mecânico.
E eu não seria o que eu sou hoje se não fosse a teimosia de uma mulher que saiu daqui com oito filhos, analfabeta, que chegou em São Paulo e encontrou o marido casado com outra mulher e, ao invés de ficar com raiva e perder a esperança, ela se separou do meu pai e cuidou dos oito filhos, fazendo com que todos aprendessem uma profissão, todos constituíssem suas
famílias, e todos conquistassem o direito de andar de cabeça erguida pelo chão do nosso país.
Então, eu quero agradecer à Câmara de Vereadores, que teve a idéia de propor ao Senai a escolha do nome da minha mãe como nome desta escola, e fico agradecido porque duas coisas fantásticas estão acontecendo no Brasil: nós estamos aprendendo a reconhecer o valor das pessoas, não em função da ascensão social das pessoas ou em função da quantidade de anos de escolaridade que as pessoas têm, mas pelo que as pessoas representam.
Vejam que interessante, um filho da dona Lindú, que não tem diploma universitário, que não faz parte da elite política deste país... agora sou da elite política porque já virei político importante, mas não estava previsto na sociologia brasileira um retirante nordestino, torneiro mecânico, sem diploma universitário chegar a presidente da República. Eu cheguei. E também, certamente, não estava dito em nenhum livro que uma mulher que morreu analfabeta seria o nome de uma escola de formação profissional da qualidade do Senai.
Eu só lamento não ter mais idade para voltar e estudar no Senai com o nome da minha mãe, só lamento. Mas, de qualquer forma, eu vou pedir a Deus, todo santo dia, para que os jovens de Garanhuns e dos 20 municípios que irão se beneficiar desta escola possam fazer, do seu aprendizado, o proveito que eu fiz, porque quando a gente aprende uma profissão, a vida da gente muda completamente. Quando você não tem profissão e vai procurar emprego, a primeira coisa que te dizem é que não estão precisando. Se estão precisando, te oferecem o menor salário que podem oferecer, que é o salário mínimo. Quando vocês chegam na porta de uma fábrica sem profissão, com uma carteira profissional, a primeira coisa que te dizem é que não tem vaga. Quando você chega na porta de uma fábrica com uma formação profissional, a primeira coisa que te dizem é o seguinte: “espere um pouco que nós vamos conversar”. E aí, muda a vida da gente. A minha mudou, a do Meneguelli.
mudou, e a de tantos outros companheiros que se formaram no Senai e aprenderam uma profissão, mudou.
Por isso, eu acho que o povo de Garanhuns e as cidades que irão ser beneficiadas com esse Senai móvel... eu vi aí os cursos de eletricidade, os cursos de marcenaria, mecânica de carro, que pode sair para montar em qualquer cidade vizinha, será uma coisa extraordinária. Eu me lembro, Armando, e é importante contar para vocês que eu tinha criado uma escola de madureza no Sindicato, em São Bernardo, em 1973, uma escola que chegou a ter 1.900 alunos e eu era o diretor dessa escola. Era até uma coisa anômala, alguém que não tem um diploma universitário ser diretor de uma escola de 1.900 alunos, e fizemos uma escola extraordinária.
Em 1979 eu descobri que o Sindicato não precisava de uma escola de madureza, o Sindicato precisava formar e qualificar os trabalhadores que não estavam qualificados. E, aí, montei no Sindicato... parei com a escola de madureza, fiz convênio com escolas particulares para que atendessem os alunos do Sindicato e transformei 11 salas de aula do Sindicato – uma cooperativa de crédito que tinha no Sindicato – em curso de formação. Nós tínhamos curso de matemática, curso de desenho, tínhamos sala de metrologia, tínhamos balcão para ensinar eletricidade. O Meneguelli, quando herdou o meu Sindicato, pegou todos esses cursos no Sindicato. E o que me dava orgulho era que você pegava um operador de máquinas, um companheiro que trabalhava na fábrica catando pedaços de ferro no chão ou como ajudante e ele ia para aquela escolinha, fazia um curso de desenho, um curso de matemática, um curso de eletricista, um curso de metrologia, chegava na fábrica com um diploma e era promovido. Saía de ajudante para operador de máquinas e, no mês seguinte, praticamente o salário dele tinha dobrado. Era o maior orgulho receber aquele trabalhador no Sindicato para agradecer ao presidente do Sindicato a oportunidade que ele tinha tido de aprender uma profissão.
Eu sei hoje, mais do que eu sabia há 20 anos, que a formação profissional, a formação universitária, a melhoria do ensino fundamental, são a base para colocar o Brasil em igualdade com os chamados países mais desenvolvidos. E a formação profissional é, possivelmente, a grande oportunidade que nós temos neste momento para formar profissionais porque, na medida em que a economia brasileira comece a crescer mais fortemente, nós vamos ter uma necessidade de mão-de-obra qualificada muito grande, e se a gente não formar os nossos meninos e as nossas meninas agora, as empresas vão ter placas pedindo determinados profissionais e o mercado não vai ter os profissionais para mandar para as fábricas, e isso vai significar um retrocesso para o Brasil.
Há poucos dias eu sancionei uma Lei, aprovada pela Câmara dos Deputados, a Lei do Aprendiz, que vai obrigar... mas este é um dado extraordinário. Só a Petrobras, com a Lei do Aprendiz, vai contratar no Brasil 18 mil jovens para trabalharem legalmente sem estarem sendo perseguidos por nenhum fiscal do Ministério do Trabalho ou do Ministério Público. Eu fico imaginando quantos trabalhadores a gente vai ter dentro da fábrica, trabalhando legalizados, aprendendo uma profissão e podendo garantir para a sua mãe, para o seu pai e para os seus filhos, no futuro, uma qualidade de vida e uma qualidade de salário que, normalmente, eles não teriam se não tivessem formação profissional.
Eu já tinha vindo aqui inaugurar a Universidade de Garanhuns. O estado de Pernambuco ganhou quatro universidades: a de Garanhuns, a de Serra Talhada, a de Caruaru e a do Vale do São Francisco, junto com Juazeiro. São quatro novas universidades que estamos criando. Elas vão começar pequenas, com poucos cursos, mas daqui a dois ou três anos terão cada uma 2.500,
3.000 alunos, terão professores, terão (inaudível), terão pesquisadores, terão visitadores do Brasil inteiro. E, aí, as empresas, quando quiserem investir na construção de uma nova indústria, vão pensar: “espera aí, aquela região tem universidade. Significa que lá tem mão-de-obra altamente qualificada. Então, é lá para perto que eu vou, porque lá perto está a tecnologia”.
Então, eu quero agradecer de coração a vocês a oportunidade, aos vereadores de Garanhuns, à Direção do Senai e ao Conselho, a alegria de poder estar vivendo este dia de hoje, de inaugurar esta escola.
E quero agradecer ao Armando porque esta escola está pronta já há algum tempo, já faz tempo que ele colocou na minha agenda e um dia desses ele me cobrou: “Presidente, quando é que nós vamos inaugurar?”. Aí, eu me lembrei que eu tinha que vir a Pernambuco para lançar um outro projeto extraordinário. Lançamos hoje, com o presidente Chávez, a refinaria no estado de Pernambuco, que vai significar a mudança histórica da cara de Pernambuco, vai mudar a história do desenvolvimento do Nordeste brasileiro, porque não é apenas a refinaria de Pernambuco. É a Transnordestina, uma ferrovia com 1.800 quilômetros de extensão, que vai ligar o Porto de Suape, em Recife, ao Porto de Pecém, em Fortaleza, passando por Elizeu Martins, no estado do Piauí e, no futuro, com ramais para Paraíba e Rio Grande do Norte. E, aí, vai precisar de muita mão-de-obra qualificada.
Por isso, vocês tratem de prestar o curso aqui e estudar porque o Brasil vai precisar de mão-de-obra qualificada e quem não aprender uma profissão vai ficar para trás. Então, é importante. Quanto mais gente se inscrever para fazer o Senai, mais o diretor do Senai vai falar: “puxa vida, se podemos atender mil alunos, porque não fazer 1.500, porque não fazer 2 mil?”. E, aí, a gente vai combinando a formação dos nossos jovens, dos nossos filhos. E eu estou vendo, aqui, mulheres na minha frente. Não tem nada mais sagrado para uma mãe do que saber que o seu filho está estudando, que vai aprender uma profissão, do que estar na rua perambulando.
Eu digo isso porque eu sei o orgulho que eu representei para a minha mãe. Eu digo sempre: nós éramos oito filhos. Eu fui o primeiro a ter o diploma primário, eu fui o primeiro a aprender uma profissão. Por conta disso, eu fui o primeiro a ter um carro, eu fui o primeiro a ter uma televisão, eu fui o primeiro a ter uma geladeira, eu fui o primeiro a ter uma casa própria. Sabe por quê? Porque eu aprendi uma profissão.
Então, quero dizer para a juventude: não tenham preguiça. Não tenham preguiça. Quando vocês estiverem desanimados, se levantarem cansados e falarem: “ah, hoje eu não vou para a escola”, contem até dez, botem o seu sapato, vistam a sua roupa e venham para a escola porque vocês estarão garantindo o seu futuro.
Mas eu estava dizendo da refinaria, em Pernambuco, e estava dizendo da Transnordestina, que vai ligar o Nordeste... Também ontem foi anunciado o Pólo Siderúrgico, em Fortaleza, lá na capital do Ceará. E vou dizer mais: a grande revolução dos meus sonhos, para o Nordeste, é o programa do biodiesel porque é um programa que vai fazer da mamona... vamos ter logo, logo uma planta financiada pelo Ministério da Ciência e Tecnologia para amassar a mamona aqui na cidade de Caetés e, logo, logo teremos uma usina em outra cidade. A mamona, que antes era uma coisa que a gente falava “não serve para nada”, agora vai servir para produzir biodiesel para o Brasil, no futuro, não precisar mais utilizar óleo diesel, exportar o nosso petróleo e utilizar carro a biodiesel, que é muito mais econômico, vai ser muito menos poluente e vai gerar muito mais empregos.
Doutor Armando, meu caro Eduardo Campos, meu caro Humberto, meu caro José Múcio, meus companheiros deputados, para um emprego em uma fábrica de transesterificação, que transforma mamona em biodiesel, para um trabalhador de uma fábrica precisa de 1.000 trabalhadores no campo. Isso significa que nós vamos gerar milhares e milhares de empregos para dar cidadania ao trabalhador rural brasileiro. Mas também não é só. No começo do ano que vem, estarei outra vez em Pernambuco, estarei na Paraíba, estarei no Rio Grande do Norte para começar as obras da BR-101, ligando o Rio Grande do Norte à Bahia, passando por Pernambuco, passando pela Paraíba, passando por Alagoas, passando por Sergipe, para quando o turista parar o avião dele no Ceará, ele possa vir de carro até o estado da Bahia, parar nas praias de Pernambuco, parar nas praias de Alagoas, e fazer com que essa economia possa, definitivamente, crescer.
Mas o mais importante que está para acontecer é o que está sob a responsabilidade do Congresso Nacional e, se o Congresso Nacional não votar, pode carregar nas costas a responsabilidade de ter atrasado a aprovação do Fundeb em um ano, porque são 4 bilhões e 300 milhões a mais para o ensino fundamental, dos quais 1 bilhão e 300 são para começar a funcionar este ano que vem, em Brasília. Eu tenho pedido ao presidente Aldo, eu tenho pedido aos meus companheiros deputados: “pelo amor de Deus, vamos votar o Fundeb. O Fundeb é a salvação do ensino fundamental brasileiro e do Nordeste brasileiro, sobretudo”. O Fundeb é a oportunidade de garantir aos estudantes do Nordeste a mesma qualidade de ensino que os estudantes terão nas melhores escolas do Sul do país. Então, eu tenho ponderado: “vamos votar com urgência para que a gente possa colocar no Orçamento 1 bilhão e 300 a mais para o Fundeb”.
Da mesma forma, meu caro Armando, vamos fazer um esforço para que a gente vote a Lei da Pré-Empresa que está no Congresso Nacional, que vai permitir ao vendedor ambulante se legalizar não pagando quase nada, pagando uma coisa simbólica para ele poder ficar legalizado e não precisar ficar correndo de fiscais da prefeitura pelo país afora, como ele corre hoje, ficando na clandestinidade.
Vamos aprovar o Estatuto da Pequena e Média Empresa Brasileira. Tem mudanças para fazer, vamos fazer. Mas, pelo amor de Deus, não vamos pensar que, não votando, vai prejudicar o Lula. O Lula é passageiro na Presidência, mas a Lei aprovada será definitiva para melhorar a vida da empresa neste país, porque é a pequena empresa que gera 65% da mão-de- obra deste país, não são as empresas multinacionais, não são as grandes empresas, são as pequenas empresas, e o Projeto de Lei apenas quer facilitar a vida das empresas. Mas, aí, tem gente que acha que, se votar, vai ajudar o Presidente, no ano que vem tem eleição... Pelo amor de Deus, gente. Se vocês ficarem gritando assim, aí é que eles não querem votar mesmo.
Eu acho que a gente não pode permitir que as eleições do ano que vem possam atrapalhar o desenvolvimento do Brasil. Este país, meus queridos companheiros, irmãos e irmãs de Pernambuco, meus companheiros deputados, meus companheiros do Sesi e do Senai, meus companheiros e companheiras dos partidos políticos, empresários, vereadores, este país tem uma chance que Deus está lhe dando.
Veja que coisa, Armando: este país quebrou três vezes. Quebrou em 1997, quebrou em 1998 e quebrou em 2001. Nas três vezes que este país quebrou o governo passado corria para Washington, corria o mundo atrás do FMI para emprestar dinheiro, para que a gente pudesse pagar o dinheiro que precisava para cobrir o nosso déficit e a nossa balança comercial. O último empréstimo – o Armando se lembra e os deputados se lembram – o último empréstimo foi de 30 bilhões de dólares. Trinta bilhões de dólares que o FMI emprestou ao governo brasileiro, porque senão o país quebrava.
Eu tomei posse em janeiro de 2003. Todo mundo sabe que nós comemos o pão que o diabo amassou no primeiro ano, todo mundo sabe e nós não escondemos de ninguém. Mas, em 2004, nós já começamos a colher um pouco da lavoura. E nós dissemos, no final de 2004, ao Fundo Monetário Internacional: “nós não precisamos mais de acordo com o FMI. Nós já estamos aprendendo a tomar conta do nosso nariz. Não precisamos”. E não fizemos acordo com o FMI.
Anteontem, eu disse ao ministro Palocci: “Palocci, nós já temos reserva suficiente, já temos dinheiro suficiente para devolver ao FMI o dinheiro que o governo passado pegou”. E comunicamos ao FMI que o Brasil não ia precisar do seu dinheiro. Agradecemos e devolvemos e, agora, poderemos nos levantar todo dia dizendo: “já somos donos do nosso nariz”. Já podemos andar com as nossas próprias pernas porque a indústria brasileira produziu mais, exportou mais, porque o comércio brasileiro vendeu mais, porque a agricultura brasileira vendeu mais, se bem que este ano teve crise.
Vocês estão percebendo que no Nordeste não teve mais frente de trabalho, aquele negócio de os pobres tirarem pedra de um lado da rua e colocarem do outro lado; tirar do outro lado... a cada ano mudavam a pedra de lado. Agora não, agora tem política agrícola para a agricultura familiar. Agora ninguém precisa mais tirar pedra, porque tem o seguro agrícola, porque tem a compra de alimentos do semi-árido, porque tem a compra do leite até 100 litros e porque o Pronaf, finalmente, chegou. Quando eu tomei posse, o governo passado tinha liberado 2 bilhões para o Pronaf nacional e 80% ficava no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. Este ano, nós não colocamos 2 bilhões, nós colocamos 9 bilhões de reais à disposição da agricultura familiar.
É por isso que eu não tenho razão para não ter alegria. Aos 60 anos de idade completados agora, em outubro, eu tenho razões para estar feliz. Tenho razão para dizer que o nosso governo está longe de fazer tudo o que precisa ser feito mas, em 36 meses, já fizemos mais do que o outro governo fez em oito anos. E vamos fazer muito mais.
Não fiquem preocupados porque todas essas infâmias, essas acusações que vocês vêem na televisão, vocês sabem qual é o jogo político brasileiro. E eu não vou fazer o jogo rasteiro dos meus adversários. Todo dia, eu me levanto pedindo a Deus que não eu deva ficar nervoso porque como eu sou um homem cristão, que crê em Deus, e como eu acho que Deus escreve certo por linhas tortas, haverá o dia em que o povo vai começar a perceber o que é o jogo político e o que é verdade.
Se tiver alguém praticando corrupção, quem vai investigar é a Polícia Federal, é o Ministério Público, é o governo federal. E se tiver alguém, pode ser primo, aderente, pode ser quem for, se estiver praticando ato ilícito terá que ser punido, não tem perdão.
Mas, eu me levanto todo dia com uma única certeza: o Presidente da República, sobretudo, tem que ter calma, sempre contar até dez e, se for necessário, repetir outra vez, repetir outra vez. Não pode tomar nenhuma decisão precipitada, não pode ficar nervoso e ficar batendo boca. Quando alguém falar uma bobagem qualquer, a história o julgará. O meu papel é terminar o meu mandato vendo que as nossas crianças estão melhores, que as nossas mulheres estão melhores, que os nossos trabalhadores estão melhores e que, finalmente, o Brasil começou a respeitar o povo pobre deste país. É isso que me dá orgulho.
Por isso, meus queridos companheiros, (inaudível) agora, porque já ficou escuro e eu tenho que ir embora, vou ter que ir até Maceió para pegar o avião.
Quero dizer para vocês que Deus possa iluminá-los, que as mães e os pais daqui aproveitem a oportunidade e não permitam que os seus filhos desanimem de ir para a escola, pelo amor de Deus. Se tem uma coisa que vocês têm que brigar com o filho de vocês é para obrigá-los a ir para a escola. Obrigá-los, porque se eles não forem para a escola agora, a pedido da mãe ou do pai, certamente eles poderão amanhã ir para uma cadeia, não a pedido da mãe ou do pai, mas a pedido de um delegado ou de um juiz de uma comarca.
Então, é importante a gente ter clareza: cada centavo que o Senai, que o governo, que o Sesi, que a prefeitura, que o governo do estado, que nós investimos em educação e na formação profissional, será um centavo que a gente não precisará investir em cadeia daqui a dez ou 15 anos.
Muito obrigado, que Deus abençoe vocês e até outro dia, se Deus quiser.


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