Por Edmar Lyra
O leilão da concessão parcial dos serviços da Compesa, realizado na B3, em São Paulo, consolida-se como um dos movimentos políticos e administrativos mais relevantes de Pernambuco nas últimas décadas. Sob a liderança da governadora Raquel Lyra, o Estado não apenas superou as expectativas do mercado, como garantiu as bases financeiras para uma virada histórica no saneamento básico, com impacto direto na qualidade de vida da população e no desenvolvimento econômico regional. Ao todo, a operação assegura R$ 23,2 bilhões em investimentos e recursos destinados à água e ao esgotamento sanitário ao longo dos próximos anos.
O resultado do certame impressiona pelos números e pelo simbolismo político. Os grupos vencedores — o Consórcio Pernambuco Saneamento, formado por Acciona e BRK, e o Pátria Investimentos — irão aportar R$ 19 bilhões na distribuição de água e na coleta e tratamento de esgoto, enquanto a Compesa permanece responsável pela produção e tratamento de água. Além disso, o leilão garantiu R$ 4,2 bilhões em outorgas, valor que será integralmente direcionado para a universalização do saneamento e para a infraestrutura dos municípios, com prioridade absoluta para a ampliação da distribuição de água.
Dividida em dois blocos, a concessão reflete a diversidade e a dimensão do Estado. O bloco Região Metropolitana do Recife–Pajeú, que reúne 150 municípios e o arquipélago de Fernando de Noronha, foi arrematado pelo Consórcio Pernambuco Saneamento, com outorga de R$ 3,5 bilhões e investimentos estimados em R$ 15,4 bilhões. Já o bloco Sertão, formado por 24 municípios, ficará sob responsabilidade do Pátria Investimentos, com R$ 2,9 bilhões em investimentos e outorga de R$ 720 milhões. Trata-se de um desenho que combina escala, equilíbrio regional e visão de longo prazo.
Do ponto de vista político, o leilão reforça a capacidade do governo Raquel Lyra de estruturar projetos complexos, dialogar com diferentes atores e atrair grandes grupos empresariais nacionais e internacionais. O processo foi precedido por amplo diálogo público, com consultas, audiências regionais e debates institucionais, resultando em mais de mil contribuições — muitas delas incorporadas ao modelo final. A aprovação pelos municípios, pelas Microrregiões de Água e Esgoto e pelo Tribunal de Contas do Estado conferiu segurança jurídica e legitimidade ao projeto.
Os contratos, com duração de 35 anos, preveem ainda R$ 770 milhões adicionais para ampliar a capacidade de produção de água, elevando o total de investimentos e aproximando Pernambuco das metas do Marco Legal do Saneamento, que estabelece cobertura de 99% em abastecimento de água e 90% em esgotamento sanitário até 2033. Ao optar por destinar integralmente os recursos da outorga para o saneamento, o Estado sinaliza uma escolha política clara: priorizar infraestrutura básica, saúde pública e dignidade.
Mais do que um leilão bem-sucedido, o que se viu na B3 foi a afirmação de um projeto de Estado. Um projeto que combina planejamento, diálogo federativo, parceria com a iniciativa privada e compromisso social. Para a governadora Raquel Lyra, o saneamento deixa de ser promessa e passa a ser política pública estruturada, com recursos, cronograma e fiscalização. Pernambuco entra, assim, em uma nova etapa, na qual água na torneira e esgoto tratado deixam de ser exceção e passam a ser regra.

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